Raquel Landim

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Reportagem

Líderes orientam Gayer a 'submergir' para evitar punição por ofender Gleisi

Lideres de oposição orientaram o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) a "submergir" para evitar ser punido pelas ofensas à ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) e aos presidentes do Senado, David Alcolumbre (União-AP) e, e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Gayer não esteve na manifestação pela anistia aos manifestantes do 8 de Janeiro no domingo, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Segundo apurou a coluna, também é intensa a pressão para que Alcolumbre não apresente a representação contra o deputado no Conselho de Ética da Câmara.

O deputado gravou vídeos convocando os apoiadores para o ato no Rio de Janeiro, junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras figuras importantes da direita, como o senador Flávio Bolsonaro, a presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o pastor Silas Malafaia.

Em atos anteriores semelhantes, Gayer não só esteve presente como foi um dos poucos a discursar ao microfone.

Oficialmente, a justificativa para a ausência foi o falecimento de um parente de um funcionário do gabinete do deputado. No entanto, faltar ao ato faz parte da estratégia de fugir dos holofotes.

Além disso, parlamentares de oposição têm procurado Alcolumbre e argumentado que Gayer está arrependido, desculpou-se e apagou as ofensas escritas em rede social. O deputado chegou a enviar uma mensagem de voz ao presidente do Senado.

Os líderes de oposição afirmam também que outros parlamentares cometeram atos bem mais graves, como agressões físicas dentro do Congresso, e não perderam o mandato.

A percepção de aliados de Alcolumbre ouvidos pela coluna é que Gayer ultrapassou os limites "ao misturar família com política".

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Na semana passada, o presidente do Senado afirmou que protocolaria uma representação contra Gayer no Conselho de Ética pelas ofensas contra ele, Motta e Gleisi. A peça estaria sendo preparada pela assessoria jurídica.

Na quarta-feira (12), Gayer fez uma publicação no X, que posteriormente apagou, dizendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia oferecido a ministra Gleisi a Motta e Alcolumbre "como um cafetão oferece uma GP [garota de programa]".

Ele também sugeriu que Gleisi, Alcolumbre e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), companheiro da ministra, seriam um "trisal".

A postagem de Gayer ocorreu depois que Lula afirmou que havia nomeado uma "mulher bonita" para a articulação política do governo para melhorar a interlocução com Motta e Alcolumbre, referindo-se à ministra Gleisi.

A declaração do presidente despertou diversas críticas pelo machismo.

Pessoas próximas ao entorno dos presidentes da Câmara e do Senado afirmam que eles teriam a intenção de fazer de Gayer um exemplo para "moralizar" o Congresso e acabar com os episódios de baixaria no Parlamento.

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Nos últimos meses, a Câmara dos Deputados vem sendo palco de discussões cada vez mais acaloradas e até de episódios de tentativa de agressão física.

Motta chegou a ligar para o deputado e repreendê-lo.

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57 comentários

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Walter Luiz Constante Gabriel

Extremistas erram, se arrependem e já pedem anistia antes de serem condenados. Virou rotina.

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Jjulio Fonseca

Submerginr neste caso: Volte para o fundo do esgo#to

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Victor Hugo Dunstan

Tem que ser cassado!!

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