Falsos policiais federais cobram propina de autoescola
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Com distintivo da Polícia Federal e armas de fogo, três pessoas entraram em uma autoescola no Itaim Paulista, em São Paulo, dizendo que investigavam uma denúncia de esquema fraudulento de venda de carteira de motorista. Para não fechar o estabelecimento, exigiam uma propina de R$ 300 mil.
Assustados, os proprietários transferiram R$ 100 mil para uma conta bancária indicada por um dos 'agentes' e entregaram mais R$ 30 mil em dinheiro. Somente horas depois, perceberam que tinham caído num golpe articulado por um grupo de criminosos.
A investigação revelou que os falsos agentes da PF eram liderados por um ex-escrivão de polícia, Marcos Saraiva, de 53 anos, que passou cinco anos preso por continuar a usar o distintivo mesmo depois de ter sido demitido da polícia. Em seu depoimento, disse que articulou a operação para cobrar uma dívida dos proprietários da autoescola, mas negou que tenha usado armas de fogo.
Os criminosos só foram descobertos porque a conta bancária para a qual os valores foram transferidos era da sogra do ex-escrivão.
Marcos foi condenado pela Justiça paulista no início do mês a 14 anos e cinco meses de prisão. A sogra, Vera Nascimento, e a mulher do ex-escrivão, Viviane Cassetari, também acusadas de envolvimento no crime, foram condenadas a 10 anos de prisão.
Viviane diz que não sabia que o marido estava envolvido em extorsão de comerciantes. Afirma que indicou a conta da mãe ao marido, pois imaginava que se tratava de um pagamento por um trabalho. Vera afirma que apenas emprestou a conta ao genro, sem saber que o dinheiro era proveniente de um crime.
Cabe recurso.
Os outros falsos policiais, acusados de tentar extorquir os proprietários da autoescola, ainda não foram julgados.
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