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Rogério Gentile

Justiça decreta penhora, agora de R$ 83 mil, de fundador da Ricardo Eletro

Ricardo Nunes, fundador do Ricardo Eletro, durante palestra no Fórum E-commerce Brasil 2015 - Divulgação
Ricardo Nunes, fundador do Ricardo Eletro, durante palestra no Fórum E-commerce Brasil 2015 Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

06/01/2021 11h41

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A Justiça de São Paulo determinou a penhora do lucro e dividendos de três empresas de Ricardo Nunes, fundador da rede varejista Ricardo Eletro.

A decisão foi tomada por conta de uma dívida de cerca de R$ 83 mil em aluguéis de imóveis da Ricardo Eletro em Goiás com a Century Empreendimentos Imobiliários. O empresário, que não é mais sócio da rede varejista, é fiador dos contratos.

No ano passado, em razão de uma dívida da Ricardo Eletro de R$ 61,2 milhões com as organizações Globo, a Justiça paulista já havia determinado a penhora das contas bancárias e de bens pessoais do empresário. Na ocasião, para garantir a medida, a Justiça havia liberado inclusive, em caso de necessidade, o arrombamento com força policial da porta da sua casa.

A nova penhora atingiu três empresas de Nunes: Aliança Divinópolis, Clínica de Saúde Ocular e Red Empreendimentos.

Nunes disse à Justiça que a dívida com os aluguéis consta do plano de recuperação extrajudicial da empresa e que será devidamente paga pela Ricardo Eletro dentro dos trâmites estabelecidos. O plano foi homologado pela justiça em 2019. Argumentação semelhante foi feita pelo empresário no processo movido pela Globo.

Nos dois casos, a Justiça manteve a penhora alegando que o mecanismo da recuperação, por meio do qual uma empresa devedora ganha um prazo e melhores condições para quitar suas dívidas, não impede que os credores cobrem os fiadores de um contrato.

Ainda cabe recurso à decisão.

Empresário chegou a ser preso em 2020

Em julho, Ricardo Nunes chegou a ser preso sob acusação de sonegar R$ 400 milhões em impostos que deveriam ter sido pagos ao longo de cinco anos a Minas Gerais, estado onde a Ricardo Eletro foi fundada em 1989.

De acordo com o Ministério Público, a Ricardo Eletro cobrava o imposto embutido no preço dos produtos, mas não repassava ao governo. A empresa afirma que os atos investigados são anteriores à gestão atual da companhia e que Nunes não faz mais parte do seu quadro de acionistas nem da sua administração.

O empresário diz que não houve crime. Afirma que os tributos foram lançados na contabilidade da Ricardo Eletro e declarados ao fisco, sem qualquer espécie de fraude. "Tudo vai ser esclarecido", afirmou à época.