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MC brasileiro é condenado por humilhar fã em show em Londres
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A Justiça de São Paulo condenou o cantor Mc Pierre a indenizar uma fã, que foi humilhada por ele durante uma apresentação para 2.000 pessoas em Londres, na Inglaterra, em 2019.
A brasileira G.N., de 29 anos, reclamou durante o show que, em vez de cantar, ele não parava de conversar com algumas pessoas da plateia.
Irritado com o protesto, o cantor respondeu: "O que essa menina falou aí? Você quer dançar? Vai trabalhar no puteiro, sua filha da puta".
O cantor, que terá de pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais, seguiu atacando a fã:
"Sua idiota, funk é assunto sério, não entra na minha reta que você vai se machucar. Primeiramente, eu não comeria você. Não precisa rebolar na minha frente, eu não tenho tesão em você, nem pedi pra você tá aqui, o show é meu, não é seu. Cala a sua boca." A cena foi gravada e viralizou na internet.
G.N., que estava acompanhada do marido e de alguns amigos, disse ter ido embora aos prantos. "Ele se mostrou uma pessoa extremamente machista e mal-educada, tratando uma fã com tremendo escárnio", afirmou a sua defesa no processo.
Mc Pierre, cujo verdadeiro nome é Robspierre da Silva Lucante, disse à Justiça que a culpa pelo episódio foi exclusiva da fã, que, "possivelmente, embriagada", "acabou por confrontá-lo". Segundo ele, G.N. o "provocou" e "agora vem bancar de vítima".
"Ninguém tem sangue de barata! E ainda mais, em seu local de trabalho, se apresentando para um público querido, que mora fora do país, fazendo a socialização", afirmou a defesa do cantor no processo.
À época, após a repercussão do episódio na internet, ele pediu desculpas. "Errei feio", disse em vídeo no Instagram.
A juíza Carina Bandeira Margarido Paes Leme disse na sentença que "nada justifica as ofensas feitas ao microfone". "A autora [do processo] foi humilhada em show realizado fora do país, na presença de 2.000 pessoas, e a ocorrência foi veiculada em redes sociais, ferindo fundo a sua dignidade."
MC Pierre recorreu da decisão e aguarda um novo julgamento.
Além do cantor, a empresa GR6 Eventos, produtora do show, também foi condenada por "não interferir de forma contundente e silenciar, ao início dos impropérios, o microfone do cantor".
A empresa, que recorreu da decisão, disse à Justiça que não tem participação nas ofensas e que jamais imaginaria que a situação chegaria àquele ponto. Afirmou que não controlava o microfone, que estava sob a responsabilidade da equipe do artista. Declarou ainda que repudia a agressão cometida pelo cantor.
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