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Rogério Gentile

REPORTAGEM

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Justiça penhora piano de cauda de fundador da Ricardo Eletro

Ricardo Nunes, fundador do Ricardo Eletro, durante palestra no Fórum E-commerce Brasil 2015 - Divulgação
Ricardo Nunes, fundador do Ricardo Eletro, durante palestra no Fórum E-commerce Brasil 2015 Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

01/09/2021 11h06

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A Justiça de São Paulo penhorou bens pessoais do empresário Ricardo Nunes, fundador da rede varejista Ricardo Eletro, entre os quais um piano de cauda avaliado em R$ 180 mil.

Um oficial de Justiça esteve no mês passado na residência do empresário, no Jardim Europa, em São Paulo. Além do piano da marca Yamaha, foram penhorados um televisor de 75 polegadas, três aparelhos de ar-condicionado, duas estátuas de decoração, dois quadros e um móvel de madeira rústica, em um total de R$ 213 mil.

Ricardo Nunes é alvo de um processo aberto pela Rede Globo, que cobra uma dívida R$ 61,2 milhões da Ricardo Eletro. Nunes não é mais acionista da Máquina de Vendas, que controla a empresa varejista, mas foi avalista de sete notas promissórias emitidas em 2017. O grupo, que está em processo de recuperação judicial, foi assumido pela MV Participações.

A dívida com a Globo foi incluída no processo de recuperação judicial, mecanismo pelo qual a Justiça suspende por 180 dias as ações de execução contra uma empresa que passa por dificuldades financeiras. Ao longo desse prazo, a empresa tem de apresentar um plano de pagamento das dívidas. Esse plano precisa ser aprovado em assembleia pelos credores. Do contrário, a falência pode ser decretada.

A penhora dos bens do empresário foi determinada por conta da necessidade de se pagar os honorários dos advogados da emissora, que somam mais de R$ 5 milhões. O escritório Afonso Ferreira Advogados quer que os bens sejam leiloados, mas ainda não houve decisão judicial.

Nunes ainda pode recorrer da penhora. O empresário e a Ricardo Eletro não negam a dívida, mas afirmam que o pagamento dos honorários deve ser feito também no âmbito do plano de recuperação judicial. "Em nenhum momento houve má-fé ou dolo", disseram à Justiça.

Em entrevista à coluna, no ano passado, Ricardo Nunes afirmou que a empresa passa por dificuldades econômicas, situação agravada pela pandemia, mas "que vai pagar tudo direito."