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Rogério Gentile

REPORTAGEM

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Brasileiro vai à Justiça para reaver filhos levados pela mãe para a Itália

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

14/10/2021 11h12

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O médico brasileiro J.P.B. entrou com uma ação na Justiça italiana a fim de tentar reaver os seus três filhos, de 7, 10 e 13 anos, que foram levados ao país pela mãe em dezembro de 2020.

J.P.B. afirma que a mãe, L.C.B., nascida na Itália, viajou para visitar os seus pais na província de Udine, mas não retornou na data combinada. "Ela está retendo ilegalmente os filhos menores na Itália à revelia paterna, em violação direta à Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças [Convenção de Haia]", disse a defesa do médico à Justiça.

O acordo de Haia, do qual Brasil e Itália são signatários, estabelece que os países devem tomar os procedimentos necessários para garantir o retorno imediato, ao Estado de origem, de crianças transferidas ilegalmente, excetuando situações em que haja risco grave para elas.

A mãe disse à Justiça que resolveu não retornar da Itália em razão da "agressiva conduta paterna". Segundo ela, o casal sempre teve uma convivência harmoniosa até que, nos últimos tempos, "os momentos de irritabilidade e impaciência do cônjuge passaram a ser mais recorrentes, agravando-se para manifestações agressivas e violentas, emocional e física."

O médico disse à Justiça que a acusação de violência doméstica é mentirosa e foi forjada pela mulher para tentar fazer valer seu desejo de se mudar para a Itália. Ele anexou no processo prints de conversas de WhatsApp segundo as quais L.C.B., em janeiro de 2021, o convidava a se mudar para a Itália.

O processo ainda não foi julgado.

A defesa do médico cobra agilidade da Justiça italiana na decisão e cita um outro caso recente no país envolvendo o acordo de Haia. Um garoto de seis anos, que perdeu os pais e os irmãos em um acidente em um teleférico, foi levado da Itália para Israel pelo avô materno sem autorização dos demais parentes. A tia paterna estava com a guarda provisória da criança. Nesse caso, diz a defesa do médico brasileiro, a Justiça italiana tem sido mais ágil.