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Rogério Gentile

REPORTAGEM

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Justiça penhora Porsche, Audi e Mercedes de dono da Itapemirim

Sidnei Piva, dono da Itapemirim - Foto: Divulgação/ITA
Sidnei Piva, dono da Itapemirim Imagem: Foto: Divulgação/ITA

Colunista do UOL

11/07/2022 10h32

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A Justiça paulista determinou a penhora de três carros de luxo do empresário Sidnei Piva, dono do grupo Itapemirim, em razão de uma dívida calculada em cerca de R$ 1,2 milhão.

Os carros penhorados são uma Porsche Panamera (2019/2020), um Audi Q7 (2019) e uma Mercedes Benz C180 (2019), avaliados, respectivamente, em R$ 682 mil, R$ 434,98 mil e R$ 180 mil, de acordo com documentos anexados ao processo.

Piva é o empresário que, a despeito das dificuldades econômicas da Itapemirim, que chegou a ser a maior empresa rodoviária do país, criou em fevereiro de 2021 uma empresa aérea, a Ita (Itapemirim Transportes Aéreos).

A empresa aérea fez o seu voo inaugural em 29 de junho de 2021, decolando do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Brasília. Seis meses depois, no entanto, às vésperas do Natal, interrompeu suas atividades, prejudicando milhares de passageiros

A penhora dos carros de Piva foi determinada em um processo movido pela Mottarone Serviços, que, em outubro de 2018, vendeu ao empresário o controle de uma empresa chamada Trans Sistemas de Transportes por R$ 5,5 milhões.

Piva, contudo, não pagou todas as parcelas devidas e a Mottarone foi à Justiça para cobrar a dívida, calculada hoje em cerca de R$ 1,2 milhões, valor que inclui multa e juros.

Na defesa apresentada à Justiça, o empresário não negou a dívida, mas argumentou que o pagamento do valor impactaria o equilíbrio financeiro de suas empresas, sobretudo em razão das dificuldades decorrentes da pandemia do coronavírus.

Ele solicitou que pagamento fosse feito em 23 parcelas. Um acordo de parcelamento chegou a ser homologado pela Justiça, mas Piva o descumpriu.

Em abril do ano passado, dois meses após anunciar a criação da empresa aérea, Piva disse à Justiça que suas empresas passavam por uma situação financeira muito difícil, que havia sido agravada pelas medidas restritivas adotadas pelo Estado de São Paulo no contexto da pandemia.

"O executado [Piva] conhece suas obrigações e delas não se exime. Quer cumprir o acordado, muito embora a situação delicada não o permita", afirmaram seus advogados à Justiça, que solicitaram a suspensão dos pagamentos por 90 dias.

A Mottarone não aceitou o pedido e o processo seguiu em frente.

Piva ainda pode recorrer da penhora dos automóveis.