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Rogério Gentile

REPORTAGEM

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Sobrinho de Bolsonaro é condenado por bater em namorada durante festa

Orestes Bolsonaro, sobrinho do presidente Jair Bolsonaro - Reprodução / Facebook
Orestes Bolsonaro, sobrinho do presidente Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução / Facebook

Colunista do UOL

12/09/2022 11h19

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A Justiça paulista condenou Orestes Bolsonaro Campos, 41, sobrinho do presidente Jair Bolsonaro, por agressão a uma namorada.

Em 17 de setembro de 2020, de acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, Orestinho, como é conhecido, durante uma festa, deu tapas em Ana Caroline, puxou seu cabelo e a arrastou pelo chão.

A jovem, que à época dos fatos tinha 17 anos, disse à Justiça que se relacionava esporadicamente com o sobrinho do presidente. Segundo ela, na festa, após ingerir bebida alcoólica, foi descansar em um quarto no qual estava seu ex-namorado.

Ela afirmou que Orestinho a acordou com um puxão de cabelo, a balançou no ar e a jogou no chão. Segundo o relato, ele tentou bater também no ex-namorado da jovem, mas foi contido por outras pessoas.

Posteriormente, na frente da casa, ele voltou a agredi-la até que Ana Carolina conseguiu entrar no carro do ex-namorado e fugir. Afirmou ter ficado com marcas na coxa e no joelho e um "galo" na cabeça.

O sobrinho de Bolsonaro negou a acusação à Justiça. Disse que foi à festa acompanhado de Ana, mas que, em determinado momento, percebeu que os dois haviam sumido e foi até o quaro ver o que estava ocorrendo.

Disse que, ao flagrar os dois se beijando sem roupas, o ex-namorado veio para cima, o empurrando e dando-lhe socos, e que ele apenas se defendeu. Segundo ele, Ana entrou na briga para defender o ex-namorado e acabou sendo empurrada. Declarou não saber se foi ele ou o ex-namorado que empurrou a jovem, mas nega que a tenha agredido.

"São imputações injustas, originadas de maneira fantasiosas pela hipotética vítima para prejudicar o acusado", afirmou sua defesa no processo.

A juíza Barbara Chinen disse que as lesões constatadas pela perícia são incompatíveis com a versão apresentada pelo sobrinho do presidente e que as provas são robustas para condená-lo.

"Quanto à conduta social, o réu não tem comportamento normal dentro da sociedade, uma vez que, já pela segunda vez, responde a um processo criminal em contexto de violência doméstica", afirmou a magistrada na decisão.

Orestinho, que é filho de Maria Denise Bolsonaro Campos, irmã do presidente, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 15 mil à jovem.

A Justiça também o condenou a uma pena de quatro meses de detenção em regime inicial aberto, mas ele foi beneficiado com a suspensão condicional da pena.

Ele ainda pode recorrer da decisão.

Em nota enviada à coluna, o advogado Alexander Neves Lopes, que o representa, afirmou que ainda não foi notificado de qualquer sentença e disse que, "caso o seja, certamente irá interpor recurso previsto em lei, no prazo legal, apresentando as devidas razões ao Tribunal de Justiça, e acreditando na reforma da decisão".

Orestinho é réu em um outro processo no qual é acusado de tentar matar a ex-mulher e o atual namorado dela.

Ele foi denunciado pelo Ministério Público e, por decisão da Justiça, será julgado por um júri popular em data ainda não definida.

Na defesa apresentada à Justiça, Orestes Bolsonaro declarou ser "uma pessoa exemplar", admitiu estar armado, mas disse que não apontou o revólver para sua ex-mulher e que em nenhum momento teve a intenção de matá-la. Em relação ao namorado da ex-mulher, afirmou que "não houve uma tentativa de homicídio, mas uma briga".