Bolsonaro diz sofrer do 'mesmo mal' que Crivella, a Globo
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"No final da linha, nós sofremos quase que do mesmo mal", foi o que disse o presidente Jair Bolsonaro ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella, no mês passado, quando gravou o vídeo de apoio à reeleição do aliado.
E qual era o "mesmo mal"? Bolsonaro apontava: "uma grande emissora de televisão". Ele não nominou desta vez. Mas já tinha revelado antes em outros pronunciamentos qual é essa emissora pela qual se diz perseguido: a Globo. Segundo o presidente diz no vídeo, responsável por "ataques injustificáveis" a ele e ao prefeito.
Ao ser preso na manhã desta terça-feira, 22, Crivella se disse novamente alvo de "perseguição política". O prefeito também tem deixado claro que essa "perseguição" seria comandada pelas Organizações Globo.
É com base nesse, assim chamado por eles, "inimigo comum" que os bolsonaristas defendem cada vez mais uma aliança com a Igreja Universal do Reino de Deus. Crivella é pastor dessa denominação neopentecostal fundada por seu tio, o bispo Edir Macedo.
O braço político da Universal é o partido Republicanos, presidido pelo deputado e pastor Marcos Pereira (eleito por São Paulo), atual vice-presidente da Câmara e que acaba de anunciar apoio a Arthur Lira (PP-AL), o candidato do Planalto à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Casa.
São filiados ao Republicanos os dois filhos de Bolsonaro com endereço eleitoral no Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro.
Em outras palavras, Bolsonaro e Crivella já têm muito mais em comum do que o sentimento de perseguição pelas Organizações Globo.
Esse bolo de coisas em comum provoca outro temor presidente: que "a perseguição" da Globo e dos políticos de oposição a ele e seus filhos prossiga e se agigante tão logo deixe o governo. Daí porque Bolsonaro tanto trabalha pela reeleição.
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