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Briga entre Paulo Guedes e Rogerio Marinho está por trás do 'tratoraço'
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Nas conversas reservadas dentro do governo, e até com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acusa o colega do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, de expor o governo a "um sério risco".
O novo motivo da crítica interna de Guedes é o orçamento secreto que, segundo o jornal O Estado de São Paulo, o governo teria montado para distribuir máquinas agrícolas a parlamentares dispostos a apoiar o presidente da república.
Seriam cerca de 6,2 mil máquinas de grande porte, como tratores e retroescavadeiras, que o UOL revelou em uma reportagem de abril terem sido compradas pelo governo para contemplar o centrão.
Segundo Rogério Marinho, a verba usadas não é secreta, pois resulta das emendas escolhidas no Parlamento pelo relator geral do Orçamento. São as chamadas emendas de RP9. O problema é que o destino de cada verba é guardado no ministério correspondente e só divulgado se o pedido for feito via LAI (Lei de Acesso à Informação). O jornal "O Estado de S.Paulo" aponta, inclusive, casos de compras superfaturadas.
Com esse expediente, os congressistas da base de apoio ao governo podem conseguir a liberação de recursos acima daqueles a que têm direito pelas emendas normais. Ou seja, furam o seu teto de emendas.
Nesta terça-feira, 11, em uma audiência pública na Câmara, o ministro da Economia se negou, durante 4 horas, a responder à saraivada de perguntas sobre o que está sendo chamado de "Tratoraço do Bolsonaro".
Mas não foi à toa que Paulo Guedes voltou a chamar Rogério Marinho pelo apelido que deu a seu colega, de "ministro fura teto". O chefe da pasta econômica defende no governo que Marinho fica criando formas de gastar. E que, além de aumentar o rombo fiscal, elas colocam o presidente da República como possível alvo de acusações de crime de responsabilidade.
Bolsonaro tem administrado com cuidado o conflito de seus subordinados. Tenta manter Guedes no governo como um avalista junto ao mercado financeiro. Mas não pretende abrir mão de Marinho, que trouxe o centrão para apoiar o Planalto em troca da liberação de verbas.
É um conflito que ministros próximos a Bolsonaro acreditam que ainda explodirá com a demissão de um dos dois.
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