Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Nem o PT sabe se Zanin é conservador ou progressista
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Para assumir de fato como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin terá que se submeter a uma sabatina no Senado Federal. Só então seu nome será levado ao plenário para aprovação dos senadores.
A sabatina será também a primeira oportunidade para se conhecer o pensamento do advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que acaba de ser indicado para ministro do STF.
Até mesmo petistas que convivem com o presidente da República reclamam não saber se Zanin é de esquerda, de direita, progressista ou conservador.
Ele apareceu no cenário nacional como defensor pessoal do presidente contra as acusações da Operação Lava Jato.
Antes disso, segundo juristas ouvidos pela coluna, Zanin nem sequer tinha muita familiaridade com o direito penal. Cuidava principalmente de direito empresarial e da defesa de sindicatos patronais.
É conhecido por um temperamento forte que o levou, inclusive, a entrar em choque com Sepúlveda Pertence e Juarez Cirino dos Santos. São dois penalistas de renome nacional, que decidiram abandonar a defesa, apesar da amizade pessoal de longa data com Lula.
Mas Zanin marcou um grande gol na Lava Jato ao conseguir fazer valer a tese de que Sergio Moro e Deltan Dallagnol atuaram em perseguição a seu cliente.
Ele preparou o caminho para o STF condenar Moro quando baseou seu argumento, no habeas corpus em que alegava a suspeição do juiz da Lava Jato, no fato de que Moro largou a magistratura para tomar posse como ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo juristas, em tempos normais, essa alegação não teria progredido. Avançou porque os ministros do STF sentiram-se manipulados por Moro, mas não podiam condená-lo apenas por decisões que eles mesmo tinham referendado.
Veja-se o caso de Francisco Rezek, que presidiu o TSE na campanha eleitoral de Collor e, quando este foi eleito, o nomeou ministro da Justiça. Não houve impedimento de seus pares no Supremo Tribunal Federal e nem em qualquer outra instância.
O habeas corpus de Zanin acabou sendo o instrumento usado pelos ministros de STF para se apartar de Sergio Moro. O juiz teve sua atuação na Lava Jato manchada pelas revelações da chamada Operação Vaza Jato sobre suas conversas com o procurador Deltan Dallagnol.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.