Tudo que ultraconservadores não queriam era ter Kamala Harris contra Trump
Com a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de concorrer à reeleição, sua vice, Kamala Harris, está praticamente ungida como candidata.
Ainda há todo um processo formal a ser seguido até a convenção do Partido Democrata, em agosto, para formalizar a candidatura.
E há nomes de peso de olho na vaga, como os governadores da Califórnia, Gavi Newson; de Illinois, J.B. Pritzker; e de Michigan, Gretchen Whitmer; além da senadora por Massachusetts, Elizabeth Warren.
Mas Kamala, além de ser a candidata natural, como vice, já desponta nas pesquisas eleitorais empatada com o candidato do Partido Republicano, Donald Trump.
Mesmo após o banho de popularidade que Trump recebeu, a partir do último dia 13, quando foi vítima de um atentado durante comício na Pensilvânia.
A partir dali e do péssimo desempenho de Biden no debate com Trump, as pressões pela desistência da candidatura à reeleição do presidente passaram a ser o principal assunto político dos Estados Unidos.
Biden resistiu o quanto pode, mas não aguentou o esvaziamento dos cofres de sua campanha. Nos EUA, as doações privadas são decisivas para a sobrevivência de uma candidatura. E os doadores simplesmente fecharam os dutos para Joe Biden.
O caixa de campanha esvaziou-se pela metade em menos de um mês, e não apareceram novos aportes capazes de sugerir tempos melhores à frente.
Trump agora muito provavelmente vai enfrentar uma mulher preta com ideias moderadas. Nem tanto à esquerda para que possa seduzir os de centro, nem tanto à direita para que possa ser confundida com o trumpismo.
É tudo que os ultraconservadores dos Estados Unidos não queriam. E é também tudo que os ultraconservadores do mundo inteiro também não queriam.
Javier Milei, na Argentina, e Jair Bolsonaro, no Brasil, depositam boa parte de suas esperanças na vitória de Trump.
E isso era dado como praticamente certo num embate contra Joe Biden. Agora, contra Kamala Harris, o futuro para a trumpismo se torna mais incerto.
E também para seus seguidores no resto do mundo, como os bolsonaristas aqui do Brasil.
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