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Tales Faria

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Polícia de SP investiga máfia dos combustíveis por trás de queimadas

Se você perguntar ao governador de São Paulo qual a linha de investigação da polícia sobre o motivo das queimadas em São Paulo, Tarcísio de Freitas responderá que não afasta nenhuma hipótese.

Mas eu perguntei a uma pessoa muito ligada ao governador se haveria motivação política por trás das queimadas.

Eu estava pensando nos aliados de Pablo Marçal, os bolsonaristas radicais que não gostam da ligação de Tarcísio de Freitas com o prefeito Ricardo Nunes.

Mas essa fonte me respondeu que não. Que a desconfiança é em relação à máfia dos combustíveis.

Não que esta seja a única linha de investigação. Mas é a que a polícia considera mais viável.

E qual o problema com a máfia dos combustíveis em São Paulo?

Primeiro é que a polícia paulista já investigou e concluiu que a turma que adultera o álcool e a gasolina é ligada a alguns postos de combustíveis no Estado — que, por sua vez, são ligados ao crime organizado.

Melhor dizendo: a máfia dos combustíveis é ligada ao Primeiro Comando da Capital, o PCC.

Daí porque as suspeitas de que o crime organizado tenha dado ordem para se promover queimadas.

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Mas o que levantou as suspeitas foram as ações aparentemente coordenadas.

Uma onda de incêndios simultâneos no interior do estado neste final de semana — entre a sexta-feira (23), e o domingo (25) — deixou 48 cidades em estado de alerta para queimadas.

Foram registrados 1.886 focos de queimadas — mais do que os 1.666 ocorridos durante todo o ano passado. Em relação ao mesmo mês no ano passado, o aumento foi de mais de 880%.

Isso significa que apenas o Estado de São Paulo respondeu por 38% de todas as queimadas do país.

Os serviços meteorológicos já apontavam que a condição de tempo seco nos últimos dias, somada ao efeito de aproximação de uma frente fria, iriam favorecer ventos intensos que ajudariam na propagação e proliferação de queimadas.

Ou seja, dificultariam as ações de combate aos incêndios, criando a situação de caos que se viu.

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E o que a máfia dos combustíveis e o PCC têm a ver com isso?

Bem, é que o governo de São Paulo, segundo essa fonte, está fazendo um combate intenso à adulteração de combustíveis.

Em fevereiro foi deflagrada a chamada Operação Boyle, mirando organizações criminosas suspeitas de ter importado, produzido e distribuído irregularmente álcool metílico (o metanol).

O principal objetivo do esquema tem sido a adulteração de combustíveis fornecidos aos consumidores.

As investigações começaram em maio de 2023, quando a Polícia Rodoviária Federal apreendeu um caminhão-tanque carregado com mais de 30 mil litros de metanol sem qualquer documentação fiscal.

A denúncia teria partido de usineiros produtores de açúcar e álcool prejudicados pelo combustível adulterado.

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Durante as diligências, foram identificados dois grandes núcleos beneficiários da adulteração, sendo que os dirigentes das empresas envolvidas teriam movimentado valores incompatíveis com sua capacidade financeira.

Duas semanas atrás teria havido outra operação contra os adulteradores que, então, resolveram retaliar provocando o caos deste final de semana e prejuízos ao plantadores de cana de açúcar.

Bem é uma linha de investigação. Se é por aí mesmo que vão encontrar os culpados, ainda vamos ver.

Ontem, o governador Tarcísio de Freitas falou que a polícia já prendeu pessoas que portavam gasolina e estavam realmente ateando fogo, segundo ele, "de forma criminosa".

Teve até aquele caso do sujeito que disse estar a serviço do PCC. É esperar para ver se tudo se comprova.

O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

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Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja abaixo o programa na íntegra:

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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