Fim da escala 6x1 une esquerda e direita, diz senador Cleitinho
O senador Cleitinho (Republicanos-MG) disse que o projeto para acabar com a escala 6x1 une esquerda e direita e tem respaldo em toda a sociedade. "Não vejo essa pauta como ideológica. Vejo muito trabalhador falando que é de direita falando que apoia", disse ele à coluna.
Eleito na onda bolsonarista, o senador é um expoente da direita em Minas Gerais, aliado do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que no entanto não defendeu a ideia apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP).
Ela apresentou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para alterar a jornada de 6x1 para 4x3 — trabalho de quatro dias, descanso de três, e disse que já reuniu assinaturas suficientes para tramitar.
Cleitinho afirmou que prefere um texto que estabeleça jornadas de 5x2. "Agrada mais o empresário, já é feito assim, por exemplo, em consultório de dentista, imobiliária, mesmo concurso público, servidor é 5x2", argumentou.
O senador afirma que vê mobilização social para a aprovação da mudança com base tanto nas redes sociais quanto no endosso de deputados que assinaram apoio para a PEC tramitar.
Questionado sobre como era ser herói da esquerda por apoiar um projeto do PSOL, ele disse que era "herói de nada".
"Herói é o trabalhador que ganha um salário mínimo e tem que sustentar sua família e trabalhar nessa escala desumana de 6x1 pra bancar a classe política que faz a escala de 3x4."
"Sempre vejo o seguinte: malvadão é o trabalhador e o empresário. Mas o malvadão da história é o governo e o Estado. O salário mínimo pro trabalhador receber R$ 1412 não é nada, tinha que receber muito mais, só que para o empreendedor é muito pela quantidade de encargo. É momento de enxugar a máquina pública, cortar todos os gastos possíveis para o empreendedor ter benefício. Isso pode ser uma revolução não só pro trabalhador, mas pro empreendedor também", disse Cleitinho.
"O Estado é sócio só no lucro. Quem fica com o prejuízo é o empresário."
Ele disse que é sensibilizado pela causa porque seu pai trabalhava todos os dias e não tinha tempo para a família. "Muitas viagens era só com minha mãe, meu pai não ia. A pousada do Rio Quente em Caldas Novas, Goiás, é bem familiar, vai avô, vai pai, vai tio. Meu pai nunca foi", lamentou.
Seu pai era verdureiro, vendia verduras no comércio e trabalhava todos os dias da semana para sustentar a casa.
"O que mais me deixa revoltado na vida é que hoje tenho estrutura melhor, queria muito poder ajudar meu pai, quando falei com meus irmãos pra aposentar meu pai ele pegou câncer no ano passado e morreu", contou o senador.
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