Governo acha que ganhou mais do que perdeu com decisão do STF
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Perder o aliado Davi Alcolumbre no Senado foi ruim para o governo.
Mas ver Rodrigo Maia fora da presidência da Câmara não tem preço.
Ao menos é o que consideram Jair Bolsonaro e seus ministros mais próximos.
"O governo saiu ganhando", diz um auxiliar da Presidência sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de barrar a tentativa de reeleição dos atuais presidentes da Câmara e do Senado.
A impossibilidade de ter Alcolumbre no comando do Senado por mais dois anos só não impactou tanto o Palácio porque a Casa sempre foi vista como mais "administrável" do que a Câmara. Tem um número menor de integrantes e menos poder de tomar iniciativas contrárias ao governo. Além disso, o Planalto considera possível viabilizar um nome de seu interesse para suceder o senador pelo Amapá. Entre os já cogitados, o de Eduardo Gomes, do MDB, é por ora o mais palatável. Mas novas opções podem surgir.
Isso porque a decisão do STF pegou de surpresa muitos senadores. Até o voto do ministro Marco Aurélio de Mello, contrário à reeleição, a maioria pensava que Alcolumbre se manteria no comando. "Achavam que era 'jogo jogado'. Tanto que poucos se preocuparam em buscar um plano B", disse um senador.
Se a briga no Senado vai ter início agora, na Câmara começou faz tempo — e a expectativa é de batalha sangrenta.
Rodrigo Maia, visto como arquiinimigo pelo Palácio, onde é chamado apenas pelo seu apelido depreciativo ("Nhonho"), mantém em aberto o nome de quem apoiará para sucessor. Ao menos três parlamentares disputam os favores do atual presidente da Câmara: Marcos Pereira, do Republicanos; Aguinaldo Ribeiro, do PP; e Baleia Rossi, do MDB.
Com qualquer um deles, Maia considera poder formar um bloco de até 300 deputados para fazer frente ao candidato do presidente Jair Bolsonaro, Arthur Lira.
O expoente do Centrão e líder do PP conta hoje com 151 parlamentares. Está em conversas avançadas com o PSB e pode ainda conquistar aliados no PSL, PTB e PROS. Se conseguir, terá boas chances de derrotar o candidato de Maia.
O Planalto está decidido a dar bem mais que uma mãozinha para que isso ocorra.
Para isso, afinal, existem as reformas ministeriais.
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