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Thaís Oyama

REPORTAGEM

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Generais da reserva veem vingança em ação da PF que apura militares em 8/1

Colunista do UOL

12/04/2023 13h56

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Com a exoneração do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes do cargo de chefe do Comando Militar do Planalto e o início da tomada de depoimentos de cerca de 80 militares sobre os atos golpistas de 8/1, os generais da reserva dizem sentir o cheiro de "vendetta" (vingança, em tradução livre) contra eles, segundo a colunista do UOL Thaís Oyama.

Conforme a colunista, o fato da mudança de cargo do general estar prevista desde fevereiro e ser oficializada apenas nesta terça-feira (11) faz os generais acreditarem que não é apenas uma "coincidência".

Acham que isso foi uma provocação do governo, ou como disse um general da reserva, mais um episódio que tem cheiro de 'vendetta', que seria uma retaliação do governo em relação à categoria."

Enquanto os generais da reserva veem a situação com estranheza, os generais da ativa amenizam o caso.

Há uma diferença entre o tom usado pelos generais da reserva e os generais da ativa: generais da reserva veem com muita suspeição esse tipo de oitiva dos militares, achando que isso é uma tentativa de retaliação e essa publicação da exoneração do general Dutra na véspera dos depoimentos é uma coisa feita para provocar; os generais da ativa botam panos quentes e dizem que isso pode ter sido uma infeliz coincidência de datas. Apesar disso ter sido decidido em fevereiro, leva algum tempo para sair no Diário Oficial".

Apesar de não acharem a situação suspeita, os generais da ativa enxergam problema caso algum militar seja indiciado após os depoimentos.

Eles dizem que o problema vai começar se indiciarem, por crime militar, algum general ou coronel, e esse crime militar for julgado pela justiça comum. É isso que eles veem com preocupação".

Reinaldo: Conivência dos militares no 8/1 é clara; resta saber em que grau

O colunista do UOL Reinaldo Azevedo comentou no UOL News que houve conivência dos militares com os bolsonaristas acampados em frente aos quartéis, mas ainda não se sabe qual o grau de culpa deles.

É claro que nada disso teria acontecido sem conivência. Se eu chegar em um carro para declamar Camões lá do lado do quartel-general do Exército em Brasília, vai chegar alguém com a mão no fuzil perguntando o que eu estou fazendo. Corre o risco de eu ser preso por declamar poesia".

Agora, você começa a ocupar, ocupar, ocupar e ninguém fala nada? O próprio Exército tinha a iniciativa de tirar aquelas pessoas dali e não retirou. É claro que houve conivência, agora precisa ver o grau de conivência. Conivência não é crime militar, é crime comum. Tentativa de golpe de Estado é crime comum, está previsto no Código Penal".

O que aconteceu?

A PF (Polícia Federal) deve ouvir nesta quarta-feira (12) um total de 89 militares, dentre eles três generais, no âmbito das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro

Dentre os nomes que serão ouvidos estão os generais Gustavo Henrique Menezes Dutra, ex-chefe do Comando Militar do Planalto, Carlos Feitosa Rodrigues, ex-secretário de segurança do Planalto, e Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-número 2 do GSI (Gabinete de Segurança Institucional)

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