Valmir Salaro

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Reportagem

Após agressão em bar, policiais civis dizem que PM não quis se identificar

Os policiais civis da Divecar (Divisão de Investigações sobre Furtos, Roubos e Receptações de Veículos e Cargas) do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) contestaram a versão do policial militar que os denunciou após agressão na frente de um bar no Jardim São Paulo, na zona norte da capital paulista, na quarta-feira (21). Em depoimento, eles afirmaram que o PM estava embriagado e armado, intimidando as pessoas no estabelecimento, e não quis se identificar.

A coluna apurou que, em depoimento, os policiais civis disseram que foram ao Terraço Urbano Bar e Restaurante para a comemoração de aniversário de um deles. Eles estavam de folga, sem a viatura. Em determinado momento da festa, segundo os agentes, eles foram acionados pelo proprietário do bar, que teria informado sobre a presença de uma pessoa armada do lado de fora do estabelecimento. Isso teria provocado receio, já que havia crianças no local.

Então, às 23h45, os policiais civis resolveram sair da festa e questionaram se o homem era policial militar. Ele — com tom intimidatório — teria respondido que não falaria quem era. Um bate-boca começou, com troca de ofensas de ambos os lados, e os agentes do Deic decidiram desarmar o PM, que estava acompanhado da companheira e teria feito menção de sacar a arma. Só após ser dominado por um policial civil e ambos caírem no chão, o homem teria se identificado. O agente do Deic teria ferido o cotovelo, enquanto o policial militar machucou a região do supercílio.

A arma do PM foi retirada, assim como a munição do armamento, e colocada na bolsa da companheira dele. O policial militar deixou o bar, mas retornou logo depois. Os agentes do Deic acreditam que o retorno ocorreu porque ele teria se "sentido humilhado" e "resolveu tirar satisfação".

Em depoimento, o PM não citou se havia bebido anteriormente, afirmando apenas que entraria no bar com mulher para consumir bebida alcoólica.

Os agentes do Deic também alegam que o policial militar não fez o procedimento comum, de ligar para o 190, e o acusam de acionar diretamente policiais da área para atender a ocorrência. A coluna apurou que as imagens das câmeras de segurança registraram, à 0h25 de quinta-feira (22), ao menos duas viaturas e o PM conversando com outros três policiais militares na frente do bar.

As defesas dos envolvidos não foram localizadas pela coluna. O espaço segue aberto para manifestação.

Corregedoria abre procedimento

Procurada, a SSP-SP informou que a Corregedoria da Polícia Civil, assim que tomou conhecimento do caso, abriu um procedimento para investigar a conduta dos envolvidos. "Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial", finalizou.

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A coluna também tenta contato com o bar para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

Reportagem

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