Biden está numa sinuca de bico na Ucrânia e em Gaza

O presidente norte-americano, Joe Biden, conforme corre entre os 007 dos serviços europeus de informações de inteligência, está numa sinuca de bico.
Israel x Hamas: finda a trégua, o exército israelense, Tsahal, bombardeia pesadamente o sul da Faixa de Gaza, mais especificamente a cidade de Khan Younis, colocando em risco civis inocentes — eles foram estimulados a se deslocarem para lá, no primeiro êxodo migratório palestino.
Para os serviços secretos de Israel, o cérebro do Hamas chama-se Yahya Sinwar e ele estaria no sul de Gaza. E na companhia de Mohammed Deif, dado como o estrategista militar do Hamas.
Isso indicaria, na visão militar israelense, ter havido deslocamento das brigadas do Hamas para o sul da Faixa de Gaza.
O atual cenário preocupa Biden. O seu discurso de evitar riscos à população civil cai por terra diante de bombas na região para onde ocorreram os deslocamentos, com alta concentração populacional no sul de Gaza.
Rússia x Ucrânia: sem os EUA enviarem dinheiro e material bélico para a Ucrânia, os russos, que já frustraram pela resistência o plano de contraofensiva das forças ucranianas, poderão retomar áreas na região da qual o presidente Vladimir Putin deseja se apossar.
Biden contraditório
O tempo todo o governo americano pressiona o premiê Benjamin Netanyahu para evitar a morte de civis de Gaza. E também pressiona o Qatar, que financiou o governo do Hamas em Gaza, para interferir na soltura de cerca de 130 reféns.
Ao mesmo tempo que pressiona, o governo americano forneceu a Israel, recentemente, 15 mil bombas e 57 mil projéteis de artilharia. Das bombas, 100 são especiais, pois têm capacidade de penetração para eliminar túneis. De 800 pontos de saída de túneis da rede do Hamas, o exército de Israel informou ter atingido 500.
Biden preocupa-se com o chamado segundo êxodo. O primeiro decorreu do deslocamento dos civis do norte, bombardeados por terra e ar, para o sul, sob promessa de segurança.
Agora, a recomendação é para saírem da região sul. Significativo o texto: "toda a área (referência a Khan Younis) é um campo minado de batalha e todos da população devem sair dela".
Zelensky, sem dinheiro e munição
A revista alemã Der Spiegel informou que a anunciada contraofensiva ucraniana, programada para começar no verão europeu que já passou, não logrou êxito.
As tropas russas entrincheiraram-se, e a ofensiva ucraniana restou bloqueada. A situação atual seria semelhante à vivenciada na Primeira Guerra Mundial: guerra defensiva e estática, a lembrar a famosa linha Maginot de trincheiras francesas (fortificação subterrânea que não apresentou desafios aos alemães).
Sem dinheiro e munições dos apoiadores (EUA e União Europeia à frente), as forças ucranianas não mais se mexem. O sonho do presidente Volodymir Zelensky de vencer os russos, e até reconquistar a Crimeia, não vingará sem ajuda de fora.
A diretora de assuntos financeiros do governo Biden, Shalanda Young, teria alertado sobre as consequências do atraso na liberação de verbas para a Ucrânia, pelo Congresso americano.
Como se sabe, a direita americana é contra o fornecimento de verbas para financiar a defesa da invadida Ucrânia. Para piorar, os republicanos têm maioria, e Mike Johnson, presidente da Câmara, é republicano.
Para especialistas internacionais em geoestratégia militar, sem dinheiro e apoio, Zelensky começará, em breve, a assistir a uma mudança tática russa, ou seja, partirão os russos da defesa para o ataque.
Pano rápido
O conflito em Israel reduziu, mundo afora, o interesse das pessoas e de governos pela guerra da Ucrânia. Zelensky parou com as viagens de sensibilizações e virou personagem de segundo plano na mídia. Tentou visitar Netanyahu para, internacionalmente, equiparar situações, isso sob o prisma de países atacados e que necessitam reagir.
Netanyahu entendeu não ser o momento de recebê-lo, até porque mantém bom relacionamento com Putin e o apoiou no auxílio à Síria, no desmonte do grupo terrorista conhecido por Isis.
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