Wálter Maierovitch

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Opinião

Discurso de Putin por reeleição mira Ocidente e serve para irritar Biden

Vladimir Putin vai disputar a reeleição em 17 de março de 2024, conforme informou o partido Rússia Unida.

Nas pesquisas, Putin aparece disparado à frente e, projeções feitas, não terá dificuldade em conquistar mais seis anos de mandato presidencial

A situação é de apreensão, para os cultores do Direito Internacional. Isso porque o conteúdo ameaçador do seu discurso já é sentido.

Putin, no discurso de campanha, elegeu o Ocidente com alvo dos seus ataques.

O discurso agrada internamente; externamente, serve para irritar o presidente americano Joe Biden e a União Europeia.

Putin não mostra nenhuma preocupação com o TPI - Tribunal Penal Internacional, apesar de a Rússia haver subscrito o Tratado de Roma, de 1998. O TPI decretou a prisão preventiva de Putin, e a Rússia insiste em não mais reconhecer a jurisdição do tribunal.

O TPI entende ainda contar com competência e só considera sete estados como fora da sua jurisdição, por terem refutado o supracitado Tratado de Roma, criador do TPI.

Putin dispara provocações à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), para provocar o Ocidente. E já ameaça a Finlândia, a ponto de prometer a criação do que chamou de "distrito militar de Leningrado", ou seja, uma base militar pronta para atacar o país nórdico.

Todos sabem, como diz um conhecido ditado italiano, que entre o dizer e o fazer existe, pelo meio, um mar (tra il dire e il fare c'è di mezzo il mare). Putin está na fase do discurso, mas ousadia nunca lhe faltou.

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A regra na Otan é de a agressão a um Estado-Membro significar uma violação a todos os demais. De tal sorte, a legitimar defesa solidária.

Depois da invasão da Ucrânia, que deu início a uma guerra de conquista com violações à soberania de Kiev e ao princípio universal da autodeterminação dos povos, Putin não gostou quando estados ex-integrantes da União Soviética correram para buscar guarda-chuva protetor na Otan.

Os efeitos decorrentes das sanções econômicas impostas contra Moscou não surtiram efeito, pois foram neutralizados pelo fundamental apoio da China.

Como se sabe, a guerra contra a Ucrânia não gerou aumentos de preços nos supermercados russos. Em outras palavras, o bolso dos russos não foram desfalcados pela aventura de Putin.

Como destacado em coluna anterior, Putin já discursou para avisar que a ajuda militar e econômica dos EUA e da União Europeia à Ucrânia vai terminar em breve, e as tropas russas, estacionadas, voltarão a atacar e serão vitoriosas.

Em resumo, Putin abre campanha exibindo músculos e ousadia contra o Ocidente.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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