Covid e corrupção: erros e acertos de Crivella e Paes no debate da Globo
Os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) e Marcelo Crivella (Republicanos), que disputa a reeleição, exageraram números, trocaram acusações infundadas e fizeram defesas igualmente frágeis no debate promovido pela TV Globo na noite desta sexta-feira (27).
Crivella defendeu sua gestão com dados imprecisos sobre coronavírus, enquanto Paes usou números exagerados para atacar a gestão do adversário.
Veja a seguir os erros e acertos de cada candidato:
A população de rua, antes da pandemia, até mais do que triplicou, de 4 mil para 15, 16 mil pessoas.
Eduardo Paes (DEM)
Falso
De acordo com a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, em outubro, a cidade chegou a 17 mil pessoas em situação de rua. No entanto, em julho de 2019, oito meses antes da pandemia, o mesmo órgão já estimava uma população de 15 mil.
Não sou réu.
Marcelo Crivella (Republicanos)
Falso
Em setembro de 2018, Crivella se tornou réu por improbidade administrativa no caso que envolve uma reunião reservada realizada com pastores e líderes religiosos no Palácio da Cidade, a sede da Prefeitura.
Eu sou ficha limpa.
Eduardo Paes (DEM)
Verdadeiro, mas
O ex-prefeito nunca sofreu nenhuma condenação que o enquadrasse na Lei da Ficha Limpa, que exige, inclusive, sentença em segunda instância. No entanto, em setembro, Paes se tornou réu por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica sob acusação de receber vantagens indevidas no valor de R$ 10,8 milhões.
Eu abri três restaurantes populares, não fechei nenhum.
Marcelo Crivella (Republicanos)
Verdadeiro
Crivella abriu três restaurantes populares em sua gestão: em Campo Grande, em julho de 2017; Bangu, em agosto do ano passado; e Bonsucesso, em fevereiro de 2018. Dois deles foram reinauguração de unidades que estavam fechadas desde 2016, durante a gestão de Paes.
O Rio tem quase metade da população de São Paulo e tivemos mais ou menos o mesmo número [de mortos por covid]; o índice de letalidade é o dobro.
Eduardo Paes (DEM)
Verdadeiro
Com 6,7 milhões de habitantes de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cidade do Rio de Janeiro tem pouco mais da metade dos 12,3 moradores de São Paulo. Até agora, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a capital fluminense acumulou 13.226 mortes por covid; ao passo que São Paulo, de fato, teve pouco mais, 14.340 mortes.
No Rio, a taxa de mortalidade é 9,79%, com 194 óbitos por covid a cada 100 mil habitantes; contra uma taxa de 4,12% (pouco menos da metade) e 115 óbitos por 100 mil habitantes da capital paulista.
Em São Paulo, morreram 20 mil pessoas, aqui, 11 mil. Tirando 10% que vêm da Baixada, 10 mil.
Marcelo Crivella (Republicanos)
Falso
Conforme checado acima, até esta sexta, São Paulo teve pouco mais do que 14 mil mortos por coronavírus enquanto o Rio de Janeiro registrou pouco mais de 12 mil. Além disso, os óbitos por covid são compilados pelas secretarias estaduais de acordo com o endereço do paciente. Ou seja, moradores da Baixada Fluminense que morrem em hospitais da capital têm suas mortes contabilizadas nas suas respectivas cidades.
No seu governo, a fila do Sisreg [Sistema de Regulação] triplicou. Hoje, 360 mil pessoas esperam por exame e cirurgia.
Eduardo Paes (DEM)
Verdadeiro
O Sisreg, sistema que regula a fila de espera por consultas exames, registra, nesta sexta, uma espera de 386.954 pedidos, quase o triplo do registrado quando Crivella assumiu a Prefeitura. Conforme já checado pelo Aos Fatos nesta semana, com base no Diário Oficial do Município, no início de janeiro de 2017, a espera era de 132.541 pedidos.
[Passagem de ônibus por] R$ 4,05 não tem em nenhum lugar do Brasil, a mais barata está aqui.
Marcelo Crivella (Republicanos)
Falso
O valor da passagem do Rio de Janeiro não é o menor nem entre as capitais. Manaus está no terceiro ano seguido com a passagem por R$ 3,80; Vitória subiu a tarifa para R$ 3,90; e Belém, para R$ 3,60.
*Colaboraram Felipe Oliveira e Pedro Ungheira
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