Covid: Com bivalente, mentiras sobre vacinas voltam a circular
Com a chegada da vacina bivalente contra covid-19, a circulação de mentiras sobre os imunizantes aumentou e conteúdos antigos voltaram a circular. A campanha de vacinação para grupos prioritários com a nova vacina foi anunciada no dia 26 de janeiro e começou na segunda-feira, 27 de fevereiro.
Monitoramento da Palver, empresa de análise de dados, indica um aumento de 75% no conteúdo de desinformação sobre vacina que circulou em fevereiro deste ano, na comparação com janeiro, entre os 20 mil grupos de WhatsApp analisados. Entre eles, há conteúdos antigos já desmentidos por agências de checagem e novas desinformações específicas sobre a vacina bivalente. Veja cinco destaques:
O que é a vacina bivalente?
É uma atualização do imunizante que protege não só contra a cepa original do coronavírus, como também contra a variante ômicron. Neste momento, o público-alvo da campanha de vacinação são idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
Alteração no DNA: falso
Um dos conteúdos virais identificados pela Palver alardeia que a vacina de RNA mensageiro, como a da Pfizer, seria capaz de alterar o DNA de quem se imuniza, o que é mentira.
O material genético carregado pelo RNA mensageiro nunca entra no núcleo da célula, onde fica o DNA, de acordo com o CDC (Center for Diseases Control), agência reguladora dos EUA. O órgão esclarece que imunizantes não alteram nem interagem com o DNA de forma alguma.
No site oficial do CDC, agência reguladora dos EUA, há uma página sobre mitos e fatos sobre as vacinas contra covid-19, disponível em inglês neste link.
Vídeo falso de 2022 volta a circular
Outro conteúdo identificado no monitoramento é um vídeo editado de 2022 em que o CEO da Pfizer supostamente diz que o objetivo da empresa era "diminuir em 50% a população mundial". O vídeo é uma edição de uma fala de Albert Bourla no Fórum Econômico Mundial, em Davos, em maio de 2022. Na verdade, Bourla disse que a meta da empresa era reduzir em 50% o número de pessoas que não conseguem comprar os medicamentos produzidos pela farmacêutica (veja aqui a íntegra da fala).
O vídeo foi desmentido por agências de checagem como Lupa, Aos Fatos e AFP Checamos ano passado.
Fala atribuída a Alexandre Garcia é desmentida por ele mesmo
Uma mensagem que circula em formato de texto e vídeo apresenta supostas falas do comentarista Alexandre Garcia em que ele teria dito o seguinte: "meus amigos atenção! uma nova fase de vacinação começará nessa primeira semana de fevereiro. Se trata de algo como dose BIVALENTE... em nome de sua vida não cheguem perto".
Apesar de já ter disseminado desinformações sobre a pandemia de covid-19 em outras ocasiões (veja aqui e aqui) — o que motivou sua demissão da CNN Brasil — o comentarista desmentiu o conteúdo da publicação em seu perfil no Twitter:
Big Pharma: teoria da conspiração
As mensagens citam ainda o termo "Big Pharma", em referência a uma teoria da conspiração que afirma que as indústrias farmacêuticas escondem tratamentos ou atuam para agravar doenças com o objetivo de lucrar. Nesse caso, as publicações associam falsamente as vacinas contra covid-19 a causas de doenças não relacionadas.
Desde que a campanha de vacinação com a bivalente foi anunciada, no fim de janeiro, o UOL Confere checou seis conteúdos sobre o assunto:
- É falso que Suprema Corte dos EUA tenha anulado a vacinação contra covid-19 (leia aqui);
- É falso que médicos alemãs tenham descoberto que coronavírus é uma bactéria (aqui);
- Covid-19: cenas de desmaios são distorcidas para enganar sobre vacinação (aqui);
- Hospital das Clínicas não tem ala para tratar sequelas de vacinados (aqui);
- Mensagem sugere falsa relação entre vacina e mortes por AVC e infarto na PB (aqui);
- É falso que vacinação de Lula contra covid-19 foi forjada (aqui)
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