Post usa reportagem antiga sobre ação contra Moraes e omite arquivamento

Uma publicação no Facebook usa o trecho de uma reportagem da TV Record de 2016 sobre uma investigação contra o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para afirmar que "Xandão é bandido véio de carreira".

A mesma reportagem, no entanto, afirma que a investigação foi arquivada pelo ministro do STF Luiz Fux. Essa informação é suprimida no post.

O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

O que diz o post

A publicação usa o recorte de uma matéria da TV Record de 2016 que afirma que o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, teria recebido R$ 4 milhões de uma empresa investigada por lavagem de dinheiro.

Sobreposto às imagens está inserida uma data: "20-09-2023", e as seguintes frases: "Xandão é bandido véio de carreira! Chupa essa nação", "divulguem porque a mídia podre não vai mostrar isto!".

Por que é distorcido

A reportagem exibida é verdadeira, mas o trecho recortado omite que a investigação foi arquivada pelo ministro do STF Luiz Fux, que considerou que não havia crime. Veja abaixo a matéria completa:

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"Operação Acrônimo". A reportagem da TV Record exibe a seguinte matéria da Folha de S. Paulo, publicada no dia 7 de outubro de 2016: "Alexandre de Moraes recebeu R$ 4 mi de empresa alvo da Acrônimo" (veja aqui). A operação investigava lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais (veja aqui).

De acordo com o jornal, a operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal apreendeu documentos que indicavam o pagamento de, ao menos, R$ 4 milhões de uma empresa investigada por suspeita de lavagem de dinheiro, JHSF Participações, para o escritório de advocacia do então ministro da Justiça, entre 2010 e 2014.

À Folha de S. Paulo, Moraes disse, à época, que os pagamentos foram legais e que trabalhou para a empresa entre o segundo semestre de 2010 e final de 2013. Porém, nesse período não ocupava cargo público (leia aqui).

Durante esse período, houve vários contratos de prestação de serviços advocatícios com o pagamento de honorários e emissão das respectivas notas fiscais, devidamente registrados pelo escritório e pela empresa assessoria de Alexandre de Moraes, em nota à Folha de S.Paulo em 2016

Durante a sabatina no Senado, em 2017, Moraes voltou ao assunto, e disse que "não há nenhuma investigação, porque não há nenhum ilícito" (veja aqui e aqui).

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

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