Vídeo antigo de protestos contra Maduro circula como se fosse de agora
É antigo um vídeo que circula nas redes sociais de um protesto na Venezuela. A gravação é de abril de 2017.
O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
O que diz o post
Um vídeo mostra uma multidão nas ruas quando bombas de gás lacrimogênio são lançadas.
O vídeo traz no topo: "Urgente Venezuelanos decretam Guerra Civil" e mais abaixo: "Você apoia o povo venezuelano? Digite "eu apoio"".
Outra publicação, além de dizer que os venezuelanos decretaram guerra civil afirma: "O gigante da Venezuela acordou, e agora partem pra cima".
Por que é distorcido
Vídeo é de abril 2017. Por meio de busca reversa de imagem, foi possível encontrar a gravação em uma publicação no X (antigo Twitter), de 19 de abril de 2017 (aqui), e no YouTube, de 20 de abril do mesmo ano (aqui).
Imagens do vídeo são, de fato, na Venezuela. Os protestos ocorreram na avenida Francisco Fajardo, chamada também de Autopista Del Este, em Caracas. É possível reconhecer alguns dos prédios do vídeo original pelo Google Maps (aqui).
Em 2017, manifestantes também protestavam contra Maduro. Na época, policiais e militares venezuelanos lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra opositores durante protestos realizados em vários pontos de Caracas, em uma marcha contra o presidente Nicolás Maduro e que exigia eleições gerais (aqui). Os protestos haviam começado em 1º de abril. Ao fazer a busca em sites de imagens, como Getty Images, é possível encontrar fotos dos protestos daquele ano (aqui).
Com eleições, Venezuela vive onda de manifestações. De fato, a Venezuela vive uma onda de protestos neste ano. Na última segunda-feira (29), o ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela. A vitória foi confirmada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mas as atas da eleição não foram divulgadas, o que gerou protestos no país (aqui) e mortes (aqui). A oposição contesta o resultado (aqui).
Maduro chegou a falar de guerra civil. No dia 18 deste mês, o presidente da Venezuela chegou a alertar para a possibilidade de um "banho de sangue" e uma "guerra civil", caso não vencesse as eleições (aqui).
Viralização. Um reels no Instagram somava, até esta quinta-feira (1º), mais de 29 mil curtidas e 200 mil visualizações.
Esse conteúdo também foi checado por Aos Fatos, Reuters e AFP.
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