Não existe taxa para ter acesso ao serviço Valores a Receber do BC
Vídeos que circulam no Facebook orientam de forma errada usuários sobre suposto resgate de indenização. Embora não citem o serviço, os conteúdos dão a entender que se referem ao Valores a Receber do Banco Central.
Os vídeos enganosos induzem o usuário a pagar uma taxa, que não corresponde ao serviço oficial do BC. A consulta e o resgate de valores esquecidos em contas bancárias são gratuitas.
O que dizem os posts
Em duas versões do vídeo, duas mulheres aparecem respondendo a mesma pergunta: se é normal ter que pagar uma taxa para conseguir o pagamento via Pix. Elas respondem que é normal sim. As duas afirmam que "mais de 80 milhões de brasileiros têm o direito a essa restituição", e que "após o prazo, o valor volta para os caixas públicos". Em seguida, ela diz que vai deixar o link disponível para o usuário "receber a indenização".
Para isso, de acordo com a mulher do vídeo, o usuário deve fornecer o CPF e responder duas perguntas de uma suposta consultora. Os links suspeitos estavam indisponíveis no momento em que esta verificação foi feita.
Por que é falso
Não é seguro fornecer dados pessoais em sites não identificados. Embora os vídeos não citem, eles parecem fazer referência ao serviço de Valores a Receber do Banco Central, que constantemente é alvo de conteúdo desinformativo e usado para aplicar golpes.
Não existe taxa para consultar ou receber os valores. O serviço do Banco Central é gratuito. A consulta pode ser feita neste link (confira aqui).
São 41 milhões de pessoas com direito, e não 80 milhões. O número de pessoas com valores esquecidos em contas bancárias é de 41 milhões, e não 80 milhões, como afirma o vídeo enganoso (leia aqui). O total de valores esquecidos, segundo o Banco Central, é de mais de R$ 8,5 bilhões. A maioria dos repasses, porém, está concentrada na faixa de até R$ 10, com 32 milhões de beneficiários com direito a valores desta ordem. Os dados mais recentes são de junho deste ano.
Também não existe taxa para ter acesso a benefícios sociais. A orientação mais segura é procurar os sites oficiais dos órgãos públicos responsáveis pelo programa em questão, como por exemplo, Bolsa Família (leia aqui) ou Auxílio-Maternidade no INSS (aqui).
Checagens sobre falsos benefícios. O UOL Confere já desmentiu outras publicações suspeitas de aplicarem golpes que anunciavam programas falsos, como o "Resgate da Prosperidade" (aqui), o "Saque Social" (leia aqui) e o "Consulta Brasil" (veja aqui). E também um site fraudulento que se passava pelo INSS prometendo acesso ao Auxílio-Maternidade (leia a checagem aqui).
Falsa indenização da Serasa. Sobre indenização falsa, o UOL Confere também já desmentiu a alegação de que a Serasa estaria pagando R$ 30 mil em indenização por vazamento de dados (leia aqui).
Viralização. No Facebook, um vídeo com o conteúdo enganoso registrava mais de 53 mil reproduções.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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