Posts distorcem fala de jornalista da CNN sobre ministro acusado de assédio
Publicações compartilhadas nas redes sociais usam recortes da fala da apresentadora Elisa Veeck, da CNN Brasil, para sugerir que ela teria usado "racismo" para defender o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, das acusações de assédio sexual.
As edições tiram as falas de contexto. No começo do programa, a jornalista se diz inclusive perplexa com a suspeita.
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O que diz o post
Um vídeo com recortes de falas da apresentadora Elisa Veeck no programa Live CNN é compartilhado com a seguinte legenda: "Assédio de esquerda pode? Mídia dá desculpa de "racismo" para defende Silvio Almeida".
Na publicação, ela diz o seguinte: "(...) profundidade sobre o racismo estrutural e o olhar doentio que nós brancos temos sobre os negros, o quanto nós, brancos, inferiorizamos, excluímos, ferimos, matamos. E a notícia de um ministro de Estado, preto, denunciado por outra ministra de Estado, preta".
Por que é distorcido
Edição tira de ordem as falas da apresentadora. Elisa Veeck não usou racismo para justificar ou defender a conduta do ex-ministro Silvio Almeida, acusado de assédio sexual. Na verdade, a jornalista se disse perplexa e desconfortável com a notícia. "Chegamos, nós e essa sensação de paralisia e perplexidade, e até de negação, ao ver uma denúncia tão grave", afirmou na abertura do programa Live CNN de 6 de setembro de 2024 (aqui).
Jornalista falou da formação em tom de reprovação. Em seguida, ela destacou o trabalho intelectual de Silvio Almeida, referência em estudos de Direitos Humanos, justamente para apontar indignação com o caso: "(...) uma denúncia tão grave em cima de um dos maiores estudiosos do país quando o assunto é pretos e pretas e direitos humanos". Quando ela fala de "profundidade sobre o racismo estrutural", refere-se ao teor dos livros escritos por ele.
Ela seguiu as normas das grandes redações. Elisa Veeck também deu espaço para a defesa do então ministro e citou diversas vezes que isso faz parte do protocolo do jornalismo. É possível verificar a íntegra do programa no YouTube. Algumas frases usadas no vídeo desinformativo foram retiradas dos primeiros minutos da edição. Veja abaixo:
Elisa Veeck se pronunciou no Instagram. Em um post na rede social, a jornalista disse que "montagens mentirosas são graves, e não contribuem para a nossa saúde mental coletiva".
Viralização. No Instagram, um post com o conteúdo desinformativo registrava mais de 180 mil reproduções.
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