Post usa link falso que imita site do Exército com questionário para CACs
Publicações no Facebook que supostamente ensinam como obter o certificado de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) direcionam usuários para links suspeitos que imitam o site do Exército Brasileiro para cobrar taxa e aplicar golpe.
Na verdade, as informações sobre obtenção do certificado estão disponíveis no site do governo. O processo é dividido em etapas e a análise pode levar 60 dias. Além disso, o valor da taxa é de R$ 100, e não R$ 87,40 como indica o golpe.
O que diz o post
Em um vídeo, um homem supostamente ensina a tirar o registro de CAC pela internet. Enquanto ele fala, são exibidas capturas de tela de um site que se passa pelo portal do Exército Brasileiro com um questionário. No final da gravação, o homem e o vídeo indicam um link.
Por que é falso
Post direciona o usuário para links fraudulentos. O primeiro deles simula o site do SBT News, mas não se trata do portal oficial da emissora, já que a URL é outra. O segundo também direciona para um site falso que se passa pelo portal do Exército Brasileiro. O link suspeito solicita dados pessoais como nome completo, CPF, endereço e telefone. Além disso, o usuário é levado a responder um questionário e um suposto teste psicotécnico. Ao final, é solicitado o pagamento via Pix de uma taxa no valor de R$ 87,40. Na identificação do pagamento, aparece o nome de "Elite Pay Solution".
Informações sobre obtenção do certificado estão no site do governo (consulte aqui). O processo é dividido em etapas e a análise de documentos pode levar até 60 dias. Além disso, o valor da taxa para obtenção do certificado é de R$ 100, diferente do anunciado no golpe.
Exército nega relação com o conteúdo. Ao UOL Confere, o Exército Brasileiro disse que a concessão de certificado de registro de CAC é feita pelo SisGCorp, plataforma para solicitação de processos envolvendo Produtos Controlados pelo Exército (PCE). "O link em tela, assim como as demais informações postadas em redes sociais relativos a venda de CR, não foram veiculadas pelo Exército Brasileiro", afirma a instituição.
Homem que aparece nos vídeos alega fraude. Ele é o criador de conteúdo digital João Neto (aqui), conforme revelou busca reversa (aqui). O conteúdo com o teor do post desinformativo e o link suspeito, contudo, não foi encontrado em suas redes sociais. Procurada pelo UOL Confere, a secretária de Neto afirmou: "O vídeo em questão foi gravado por ele (a parte inicial é verdadeira). A partir do momento em que aparece uma imagem cobrindo o rosto dele, a voz foi alterada com inteligência artificial. É fraude".
Viralização. No Facebook, um post com o conteúdo desinformativo registrava mais de 84 mil reproduções nesta terça-feira (1).
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