Exposição com bandeira nacional ao custo de R$ 250 mil foi cancelada

Voltou a circular nas redes sociais um vídeo no qual o vereador eleito João Schardosim (PP), de de Bagé (RS), acusa o governo federal de gastar R$ 250 mil para financiar uma exposição de arte que "ridicularizaria a bandeira do Brasil". Entretanto, a exposição foi cancelada em 2023 por conter manifestação com viés político.

"Isso aqui não é cultura; isso aqui é crime contra nosso país, crime contra o dinheiro público, crime com todo cidadão de bem e que deveria defender e honrar essa bandeira", diz Schardosim (assista abaixo) após apresentar algumas das obras que seriam expostas - entre elas, uma versão da bandeira nacional com a frase "Caipirinha e comunismo" no lugar de "Ordem e Progresso", outra com uma folha de maconha desenhada ao centro e uma com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defecando em cima do símbolo pátrio.

Exposição custaria R$ 250 mil à Caixa. Conforme consta no Diário Oficial da União publicado em 9 de outubro de 2023, a Caixa Econômica Federal gastaria R$ 250 mil com a mostra de arte "O Grito!". A exposição propunha uma reflexão sobre os 200 anos da Independência do Brasil e fazia parte de um conjunto de 132 apresentações artísticas que receberam investimento do governo federal e do banco público.

Caixa suspendeu a mostra em 23 de outubro de 2023. A exposição seria realizada entre 17 de outubro e 17 de dezembro de 2023 na Caixa Cultural, em Brasília. Mas foi cancelada em 23 de outubro por contrariar as diretrizes do banco e conter "manifestação com viés político". A obra que motivou a decisão do órgão fazia parte da coleção "Bandeiras", de autoria da artista Marília Scarabello. Ela traz fotos de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e do ex-ministro da Economia Paulo Guedes em uma lata de lixo.

Vereador postou vídeo em novembro de 2023. Schardosim publicou o conteúdo em suas redes sociais quando a exposição "O Grito!" já havia sido suspensa.

Caixa pagou parcela de R$ 75 mil pela mostra. A Caixa rescindiu o acordo sob alegação de quebra de contrato. O banco ainda informou que pagou apenas a primeira das três parcelas acertadas, no valor de R$ 75 mil.

Exposição gerou revolta entre bolsonaristas. Na época, parlamentares aliados a Bolsonaro repudiaram o patrocínio da Caixa e do governo federal. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) chegou a protocolar um requerimento para convocar o ministro da Fazenda Fernando Haddad para esclarecer o financiamento da mostra (aqui).

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