Alckmin cancela agenda e diz ver motivação eleitoral em movimento
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a greve nesta quarta-feira (23) tem motivação eleitoral e é organizada por um “grupelho radical”.
“Há um grupelho radical com motivação político-eleitoral prejudicando a cidade de são Paulo”, disse Alckmin em entrevista à TV Globo. Alckmin cancelou sua agenda de hoje "para se dedicar integralmente à questão da greve no Metrô e na CPTM", afirmou sua assessoria.
Para Paulo Pasin, secretário-executivo do sindicato dos metroviários, "o único que citou envolvimento político foi o governador do Estado, para desviar o foco da resolução do problema". "É uma forma de estigmatizar e tentar enfraquecer o movimento de trabalhadores", completou.
Em entrevista à rádio CBN, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou que os grevistas rejeitam negociar. "A postura do sindicato, de dizer que a categoria não é ouvida, é de uma banalidade, de um cinismo... nós (governo do Estado), além do reajuste da inflação, oferecemos 1,5% a mais", afirma Fernandes. O titular dos transportes no Estado repetiu o discurso de Alckmin, ao dizer que um "grupelho" quer "colocar a população sob sequestro". Segundo o secretário, não há consenso sequer entre os grevistas sobre as demandas da paralisação. "Se nem eles se entendem, (não há) por que sequestrar os trabalhadores com um discussão interna deles", disse.
ENTENDA A GREVE
Os trabalhadores do Metrô e das linhas 11-coral e 12-safira da CPTM entraram em greve à 0h de hoje (22)
O rodízio municipal de veículos foi suspenso
O SPTrans não colocou ônibus a mais nas ruas; redistribuiu os itinerários
Os funcionários do Metrô exigem equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais e adicional de risco de vida de 30%
O Metrô propôs reposição de 4,67% e 0,50% de aumento real
Os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de tíquete refeição no valor de R$ 21,50
A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete refeição de R$ 20
A greve foi decidida em assembleia do sindicato dos metroviários de São Paulo, recém-desfiliado da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Desde a 0h de hoje os trabalhadores do Metrô de São Paulo e das linhas 11-coral (Luz/Estudantes) e 12-safira (Brás/Calmon Viana) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metroplitanos) estão em greve. No caso do metrô, o serviço funciona de forma parcial causando problemas em diversos pontos da cidade.
Questionado se faria uma nova proposta aos grevistas, Alckmin reforçou os números que já foram apresentados por sua gestão e disse que agora o governo só fala com a Justiça do Trabalho.
Ontem, o TRT expediu liminar à Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) que obriga a manutenção de 100% dos trabalhadores do sistema metroviário paulistano durante os horários de pico –das 5h às 9h, e das 17h às 20h –e de 85% do efetivo nos demais horários.
A decisão do TRT ainda proíbe a liberação de catracas, conforme sugerido pelo sindicato dos metroviários, em caso de não haver greve, e estabelece multa de R$ 100 mil diária à entidade em caso de descumprimento. A não liberação foi aceita pelo Metrô e pelo sindicato.
Índices reivindicados
No caso da CPTM, a empresa propôs 6,17% à categoria, mas o TRT sugeriu 7,05% --os funcionários pedem 10,83% (5,83% de reposição, mais 5% de aumento real).
Já os metroviários exigiam 5,13% de reposição salarial e 14,99% de ganho real e criticavam o fato de as contratações não terem sido suficientes para atender o número maior de passageiros transportados. Com a operação da linha 4-amarela, o movimento de passageiros aumentou para 4,4 milhões de pessoas por dia.
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O estado de greve foi decretado pelos trabalhadores em assembleia realizada no último dia 16 –mesmo dia em que um acidente envolvendo dois trens na linha 3-vermelha deixou 49 pessoas feridas.
A categoria também exige equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais e adicional de risco de vida de 30%.
O Metrô propôs reposição de 4,67% e 0,50% de aumento real a partir da data-base de 1º de maio, além de reajuste no vale-alimentação e no auxílio-creche também no índice de 4,67%. A companhia informou ainda que mantém a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para os metroviários.
Já os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de tíquete refeição no valor de R$ 21,50. A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete refeição de R$ 19,50.
As negociações da categoria com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos começaram em março e as tratativas passaram a ser intermediadas pela Justiça trabalhista em maio, sem previsão de data de realização.
O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo convocou uma assembleia para a tarde desta quarta-feira (23) para definir sua posição.
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