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Rodoviários começam greve e prejudicam cerca de 100 mil usuários em Ribeirão Preto (SP)

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

28/05/2012 10h05Atualizada em 28/05/2012 13h40

Nenhum dos 340 ônibus de transporte coletivo circulou na manhã desta segunda-feira (28) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) devido a uma paralisação dos motoristas. Pelo menos cem mil pessoas foram afetadas, segundo a Transerp, empresa municipal que administra o trânsito. Apesar da paralisação, a cidade amanheceu tranquila e nenhum incidente foi registrado.

 

Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), proferida neste domingo (27) a pedido das empresas de transporte, obriga a circulação de 70% da frota nos horários de pico, das 7h às 9h e das 17h às 19h, e de metade dos ônibus nos outros horários. Caso não seja respeitada, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Ribeirão Preto (filiado à Nova Central) pode pagar multa diária de R$ 20 mil.

“Eu tomei conhecimento da decisão e agora vou dar ciência aos motoristas”, disse João Henrique Bueno, 53, presidente do sindicato dos motoristas, na manhã desta segunda-feira. Motoristas se aglomeraram em frente ao sindicato para resolver, em assembleia, se acatavam ou não a determinação judicial.

A categoria, formada por 680 motoristas, reivindica reajuste de 15% sobre o salário, vale-alimentação de R$ 500, aumento do prêmio do motorista de R$ 251 para R$ 350, participação nos lucros e resultados e 100% de convênio médico. As empresas ofereceram, inicialmente, 5% de aumento, proposta que mudaram posteriormente para 6,3%, mas também recusada pelos funcionários na última sexta-feira (25).

“Brasileiro não desiste nunca”

Os pontos ficaram praticamente vazios nesta manhã de segunda. “Eu estou aqui desde as 7h e até agora não passou nenhum ônibus. Entro no serviço às 8h, no centro da cidade. Vou esperar mais um pouco, se não passar nenhum, vou pedir carona”, afirmou a vendedora Ketrya Caroline Eusébio da Silva, 19.

Camila Larissa Rodrigues, 16, empacotadora, também aguardava ônibus para ir ao trabalho, na avenida Thomas Alberto Wathely, na zona leste de Ribeirão. “Acordei às 6h. Vou esperar mais um pouco. O brasileiro não desiste nunca.”