Brasil tem mais de 700 mil crianças trabalhando de forma ilegal, aponta IBGE
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados nesta sexta-feira (21), mostram que, em 2011, 704 mil crianças e adolescentes (de 5 a 13 anos) estavam trabalhando no país de forma ilegal. A maioria atua na produção agrícola.
De acordo com a legislação brasileira, apenas jovens com 14 anos ou mais podem exercer algum tipo de profissão --na condição de aprendiz, desde que o menor não seja submetido a algum tipo de situação de risco.
Na faixa dos cinco aos 17 anos, havia no país cerca de 3,7 milhões de trabalhadores, o que representa uma redução de 597 mil (14%) em relação ao Pnad 2009.
Crianças de 5 a 13 anos
R$ 329
é o salário médio mensal domiciliar per capita dos menores empregado
R$ 178
é o salário médio mensal do menor empregado
17 horas
são habitualmente trabalhadas por semana em todos os trabalhos
70,7%
são do sexo masculino
Das crianças de 5 a 9 anos, 89 mil declararam exercer algum tipo de profissão; 615 mil trabalham na faixa de dez a 13 anos; e três milhões entre 14 a 17 anos. Nas três situações, o sexo masculino é predominante.
Atividade agrícola
Da população ocupada entre 5 e 13 anos de idade, 63,5% trabalhavam no campo. Segundo o IBGE, o aspecto cultural deve ser levado em conta, já que há muitas famílias nas quais os pais agricultores colocam os filhos para ajudar na produção.
O Pnad 2011 mostra ainda que a taxa de escolarização entre as crianças e adolescentes que trabalham no Brasil é consideravelmente alta: 96,8%. Além disso, 53,4% dos menores (5 a 13 anos) trabalhadores não recebiam remuneração.
De acordo com os responsáveis pela pesquisa, um dos fatores que contribuem para a alta taxa de escolarização é o programa Bolsa Família, já que, para os pais receberem a ajuda de custo do governo federal, os filhos necessitam estar matriculados.
No outro extremo, entre 16 e 17 anos de idade, apenas 24,3% trabalhavam em atividade agrícola, 16,4% não eram remunerados e a taxa de escolarização era de 70%.
Leia mais sobre os dados revelados na Pnad
- Sudeste e Nordeste somam 69% da população do Brasil, aponta IBGE
- Quase 40% dos brasileiros são migrantes; Centro-Oeste tem maior taxa
- Número de idosos dobrou nos últimos 20 anos no Brasil, aponta IBGE
- Mulheres são maioria no país, diz IBGE; desigualdade é maior no Sudeste
- Número de pardos inverte tendência e cai; percentual de negros sobe
- Número de solteiros cresce e ultrapassa o de casados no país, aponta IBGE
- Família brasileira encolhe e cada vez mais gente mora sozinha, aponta IBGE
- No Nordeste, cresce o número de donas de casa chefes de família
- Brasileiro conquista o sonho da casa própria: 70% das residências estão quitadas
- Cresce quase 40% o número de domicílios com computador e internet, diz IBGE
- Cresce número de brasileiros com menos de um ano de estudo
- Brasileiro estuda em média 7,7 anos; tempo é insuficiente para passar do básico
- Taxa de desocupados de 6,7% é a menor desde 2004, diz IBGE
- Salário de pobre sobe mais que o de rico, mas diferença ainda é de 87 vezes
- Negros e mulheres têm mais dificuldade para conseguir emprego
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.