Rugai não consegue explicar lesão no pé e reclama de delegado: "não foi gentil comigo"
Uma das provas elencadas pela acusação de Gil Rugai, 29, a lesão no pé direito que seria compatível com o arrombamento da porta do local onde estava seu pai, Luiz Carlos Rugai, não conseguiu ser explicada pelo réu ao juiz. O estudante é interrogado desde as 15h15 pelo juiz do caso, Adílson Simoni, sob acusação de ter assassinado o empresário e a mulher, Alessandra Troitino, em março de 2004.
Conforme laudo do legista Daniel Munhoz, que foi ouvido no júri depois de ser arrolado pela acusação, Rugai tinha uma lesão óssea de, no máximo, 60 dias. Para o IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo, o trauma poderia ter sido ocasionado por uma pancada como a encontrada na porta da sala do empresário.
Resumo do julgamento
- Irmão de Gil Rugai é 1º testemunha dispensada pelo juiz sem perguntas da promotoria
- Perito dos casos Matsunaga e Richtofen é 11ª testemunha a ser ouvida no júri de Gil Rugai
- Repórter da Globo diz que fonte o informou sobre ação criminosa de policiais contra testemunha do caso Gil Rugai
- Defesa usa antropóloga da USP para dizer que Gil Rugai não é "estranho ou esquisito"
- Contador diz não ter como provar que Gil Rugai desviou dinheiro da empresa do pai
- Perito criminal é 1º testemunha de defesa a ser ouvida no caso Gil Rugai e encerra 2º dia de júri
- Depoimento de quase 6h de delegado do caso Gil Rugai explora fragilidade em perícias
- Defesa de Gil Rugai tenta desqualificar testemunha, e advogado chama assistente de acusação de "nojento"
- Contradições e provas técnicas marcam primeiro dia de julgamento de Gil Rugai em SP
- Marca na porta de empresário assassinado era de pé de Gil Rugai, diz outro perito em júri
- Primeiro depoimento do caso Gil Rugai é marcado por bate-boca e contradições
Indagado pelo juiz se havia sofrido algum acidente ou alguma queda que justificasse a lesão, disse que não tivera nenhum trauma do tipo há pelo menos um ano anterior ao crime. Se sabia da lesão? “Soube pela advogada”, disse. "Eu sei que eu não chutei aquela porta. Eu não estava lá. Como chegou a esta conclusão, eu não sei".
Réu se queixa
Ao final da inquirição, o magistrado apresentou uma lista de pessoas ao réu, e, nome por nome, perguntou a ele se as conhecia e se tinha algo contra alguma delas. Todos, nomes constantes dos autos --alguns, de testemunhas ouvidas durante o júri.
Rugai não se lembrou de todos; entre os de quem se lembrou, fez objeções contrariadas sobre dois nomes: o de Alberto Bazaia Neto, instrutor de voo de seu pai, e o de Rodolfo Chiarelli, delegado que presidiu o inquérito que o indiciou pelo duplo homicídio e que representou pela prisão preventiva dele.
“Não entendi por que ele deu aquele depoimento”, disse, sobre Bazaia Neto. O instrutor disse em juízo ter ouvido de Luiz Carlos que o filho fraudara sua produtora; dias antes de morrer, teria dito a Alessandra, por telefone, que pechinchasse troca de fechaduras da casa. Para a acusação, o empresário estava com medo do filho.
Sobre o delegado, declarou: “Ele não foi muito gentil comigo, não tive boas experiências com ele”, destacou. “Ele não podia ficar com um caso aberto na mão; tinha que fazer o trabalho dele”.
No depoimento, até agora mais longo do júri, cerca de seis horas, o policial disse na terça-feira (19) não ter "dúvida alguma" sobre Rugai ser o autor do duplo homicídio.
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