Engenheiro baleado após entrar em favela do Rio por engano está em estado grave
O engenheiro Gil Augusto Gomes, 53, baleado na cabeça na comunidade Vila do João, no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, neste sábado (8), está em estado grave. Segundo a direção do hospital estadual Getúlio Vargas, para onde ele foi encaminhado, o engenheiro está internado no CTI da unidade.
O engenheiro estava indo buscar a mulher no aeroporto internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, zona norte, quando ela avisou que já estava voltando para casa de táxi. De acordo com informações do Polícia Civil, os agente trabalham com a possibilidade de que o homem tenha pegado um retorno e entrado por engano na Vila do João. O veículo foi encontrado pelos agentes próximo à UPA do local.
O catador de latas Josias Tenório da Silva, que passava a pé pela via expressa, foi atingido por uma bala perdida nas nádegas. Ele passa bem e está em um hospital particular em Olaria, também na zona norte.
Em depoimento a policiais da 21ª DP (Bonsucesso), Silva disse que chegou a ver o Sportage branco do engenheiro entrando na favela e, em seguida, ouviu os disparos. Segundo a polícia, o projétil que atingiu Barbosa entrou pelo vidro traseiro esquerdo do carro, que tinha película escura (insulfilme) em todos os vidros.
O delegado de plantão na delegacia, Flavio Loureiro, informou que agentes estão nas ruas tentando localizar provas e testemunhas que possam ajudar na identificação do autor dos disparos que atingiram o engenheiro que estava no carro e um catador de lixo que trabalhava na Linha Amarela.
O veículo foi periciado em busca de digitais e do projétil que atingiu a vítima. O caso foi registrado como tentativa de homicídio.
Formado por 15 favelas cujo controle territorial é dividido por duas facções de tráfico de drogas e por uma milícia, o Complexo da Maré possui cerca de 130 mil moradores e atualmente é uma das regiões mais perigosas do Rio. O conjunto de favelas é cortado pelas três principais vias expressas da cidade: Linhas Amarela e Vermelha, e a avenida Brasil.
A comunidade é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim e precisa se deslocar em direção ao centro, à zona sul ou à Barra da Tijuca, na zona oeste. A Maré deve ser a próxima região a ser ocupada pelas forças de segurança para instalação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
Casos semelhantes
Uma mulher de 52 anos morreu após ser baleada dentro de seu carro no município de São Vicente, litoral sul de São Paulo. Elza Gomes dos Santos viajava de Campo Grande (MS) para São Vicente orientada por um GPS, aplicativo de navegação, quando por volta das 13h do dia 31 de maio foi parar em uma favela situada no bairro de Vila Margarida, na cidade litorânea.
Para a polícia, Santos teria se perdido, já que a entrada da rodovia que leva ao bairro não é passagem nem para a praia, nem para o centro da cidade. Os policiais trabalham com a hipótese que criminosos jogaram uma bicicleta em frente do carro de Santos para que ela parasse. Contudo, Santos teria tentado fugir e acabou baleada na cabeça. A bicicleta foi encontrada embaixo do veículo e apreendida como prova.
Os bombeiros encontraram Santos ainda viva, sentada dentro do veículo. Ela foi encaminhada ao Centro de Referência de Emergência e Internação de São Vicente, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Seu carro, que não foi arrombado, tinha malas, eletrodomésticos, câmera fotográfica e uma televisão. Segundo a polícia, é possível que a mulher estivesse se mudando ou que viesse passar uma temporada no litoral paulista.
Na madrugada do dia 19 de maio, o assistente de direção da TV Globo Thomaz Cividanes, 25, dirigia um carro blindado, com placa de São Paulo, quando entrou por engano no Morro do Dezoito, no bairro de Água Santa, na zona norte do Rio, e também foi atacado a tiros por traficantes. Apesar da blindagem, ele foi ferido na perna por uma bala que conseguiu atravessar a porta.
A vítima tinha inserido no GPS do carro o endereço para onde iria: rua Jornalista Tim Lopes. No entanto, seguindo as indicações erradas do aparelho, acabou entrando na favela. Mesmo ferido, ele conseguiu dirigir até a rua Cairuçu, em Vila Valqueire, bairro próximo na zona norte, onde moradores chamaram policiais militares e bombeiros.
O rapaz foi levado ao hospital municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte. No dia seguinte, a vítima foi transferida para um hospital particular na capital paulista.
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