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Operação do Bope no complexo da Maré, no Rio, deixa cerca de 7.500 crianças sem aula

Policiais monitoram o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, após confronto - Bruno Gonzalez/Agência O Globo
Policiais monitoram o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, após confronto Imagem: Bruno Gonzalez/Agência O Globo

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

25/06/2013 13h05

A operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio de Janeiro que ocorre nesta terça-feira (25) no complexo da Maré, zona norte da capital, deixa cerca de 7.500 crianças sem aulas.

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A região foi ocupada na noite de segunda-feira (24) após a morte de um policial do Bope durante um confronto quando os PMs procuravam suspeitos de um arrastão em Bonsucesso, ocorrido depois de uma manifestação no bairro.

Até o início da tarde desta terça, além do policial, mais oito pessoas morreram em tiroteios durante a ação do Bope. Um dos mortos, Eraldo Santos da Silva, 41, foi vítima de bala perdida --os demais são suspeitos, segundo a PM.

O turno da manhã de oito escolas municipais do complexo da Maré, com 6.422 alunos, foi suspenso por causa da operação policial, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação. Outras três unidades no complexo estão com baixa frequência de alunos, de acordo com o órgão. A secretaria também informou que em Bonsucesso oito unidades também receberam poucos alunos nesta manhã.

Uma escola estadual da Maré, com mil alunos, também teve as aulas interrompidas por conta da baixa frequência. A Seeduc (Secretaria de Estado de Educação) informou que a direção da unidade escolar tem autonomia para tomar as providências necessárias para garantir a integridade física e moral dos alunos, professores e funcionários. Os conteúdos perdidos das aulas são repostos, informou a secretaria.

Cerca de 300 policiais do Bope, com apoio do 22º Batalhão de Polícia Militar (Maré) e de policiais civis, ocupam a Maré em uma operação para prender os suspeitos de matar o policial. Com os confrontos, comerciantes também fecharam as portas.

Ao menos cinco pessoas ficaram feridas com balas perdidas durante a operação. Segundo a Polícia Civil, todos moram no complexo e não têm antecedentes criminais. Nenhum deles corre risco de morrer, segundo o Hospital Geral de Bonsucesso. Um PM chegou a ser atendido após levar uma pedrada no queixo, mas foi liberado em seguida.

Após o arrastão, policiais do Bope e da Força Nacional de Segurança foram para a região. O sargento que morreu na operação tinha 17 anos de serviço, sendo 13 deles no Bope, e deixa mulher e dois filhos. O enterro será realizado nesta terça, no Cemitério Jardim da Saudade, em Jardim Sulacap, na zona oeste da cidade.

Segundo balanço parcial divulgado pela Polícia Militar, um suspeito identificado como Edvan Ezequiel Bezerri, conhecido como Ninho, foi preso e um menor foi apreendido com uma pistola 380. Foram apreendidos ainda dois fuzis, uma submetralhadora, três pistolas, uma granada e mais de 2.000 trouxinhas de maconha.

As ocorrências estão sendo registradas na 21ª DP (Bonsucesso) e na 37ª DP (Ilha do Governador).