MP-RJ diz que desaparecimento de Amarildo é "atentado aos direitos humanos"
O procurador-geral de Justiça do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio Janeiro), Marfan Vieira, conversou nesta quarta-feira (31) com Anderson Gomes de Souza, filho do pedreiro Amarildo de Souza, 42, desaparecido desde o dia 14 de julho após ser abordado por policiais militares na favela da Rocinha, na zona sul da cidade.
CÂMERAS NÃO FUNCIONARAM
A ONG Rio de Paz colocou manequins na praia de Copacabana, na zona sul, em protesto contra o desaparecimento de Amarildo
- As câmeras da UPP da Rocinha pararam de funcionar no mesmo dia em que Amarildo foi levado para lá por policiais "para averiguação". O relatório da empresa Emive mostra que, das 80 câmeras instaladas na favela, apenas as 2 da sede da UPP apresentaram problemas. MAIS
Ao fim do encontro, Vieira afirmou que o sumiço de Amarildo é um "atentado aos direitos humanos", e que o caso será tratado como "prioridade". O subprocurador de Direitos Humanos do MP, Ertulei Laureano Matos, também participou da reunião.
"Vivemos em um país onde as violações aos direitos humanos são crônicas e precisamos reverter este quadro. Vamos tratar o caso Amarildo da mesma forma como tratamos todos os casos de violação dos direitos humanos, de forma muito séria e contundente”, disse Vieira.
O procurador-geral de Justiça não quis opinar sobre o que poderia ter acontecido: “Existem duas vertentes. Há uma versão de que isso teria acontecido em decorrência de uma ação policial truculenta e outra de que isso teria ocorrido por ação de traficantes. As duas versões serão consideradas e investigadas”.
Vieira determinou que o caso seja acompanhado pelo promotor de Justiça Homero das Neves Freitas, que agendou para esta quinta-feira (1º) uma reunião com a família do pedreiro e com o delegado responsável pelas investigações, Orlando Zaccone, da 15ª DP (Gávea).
O filho de Amarildo, que pela manhã foi recolher material genético para comparar com manchas de sangue encontradas em um dos carros da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha), disse que não há dúvidas do envolvimento policial na morte de seu pai.
"PIOR DIA DA VIDA"
Segundo a sobrinha de Amarildo, Michele Lacerda, a família teve o "pior dia da vida" na noite desta terça-feira (30), com a notícia de que o corpo encontrado por policiais militares em um valão na comunidade não era de Amarildo, mas, sim, de uma mulher
“A certeza que nós temos é que está muito difícil de acreditar que meu pai está vivo. Quem levou meu pai não foram traficantes, foram policiais. [Espero] que isso o que aconteceu com o meu pai não venha a acontecer com nenhuma outa família", afirmou.
Mais cedo, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que a investigação é prioridade do governo. “O caso Amarildo, eu estou tratando disso pessoalmente. Estive ontem com o doutor Orlando Zaccone. O trabalho está sendo dirigido hoje para a Delegacia de Homicídios, que é uma delegacia com uma estrutura muito maior", declarou. (Com Agência Brasil)
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