Bicheiro no Rio é vítima de armação dentro da própria quadrilha, diz MP
O contraventor Fernando Iggnácio, que explora jogos ilegais na cidade do Rio de Janeiro, foi vítima de uma armação de membros de sua quadrilha. O sargento Sílvio César Lopes Vieira, do Bope (Batalhão de Operações Especiais), o tenente-coronel Marcelo Bastos Leal, da Polícia Militar, e o ex-PM Mário César Aiello Gomes, presos na última quarta-feira (21), durante a operação Perigo Selvagem, do Ministério Público do Rio de Janeiro, participaram de uma farsa que tinha como objetivo encobrir o sumiço de R$ 700 mil, ocorrido em março deste ano.
Segundo o promotor Décio Alonso, cinco homens teriam inventado um roubo para justificar o desaparecimento do dinheiro, mas apenas três foram identificados. A quantia era guardada em um local conhecido como "Casa da Velha", protegido por segurança e um sistema de alarmes, mas com endereço não identificado.
A versão montada pelo grupo para que o Iggnácio não soubesse do sumiço do dinheiro foi descoberta em ligações telefônicas autorizadas pela Justiça.
"O sargento do Bope deveria estar na proteção da casa, mas não foi trabalhar. [Após o sumiço do dinheiro], os membros da quadrilha acabam se comunicando e chegam à conclusão de que deveriam fazer uma versão para acobertar a falha na segurança e fugir da responsabilidade de devolver dinheiro ou de sofrer alguma represália", explicou o promotor. "Ficou acertada a história que o Sílvio César estaria de carro e teria sido roubado, com violência, e se machucado. Um roubo ocorrido em uma emboscada. Ele pedem que o Sílvio não atenda qualquer telefonema, como se estivesse hospitalizado e dois dias depois surja com o braço e a perna enfaixados ", contou Alonso.
Operação
Na semana passada, o MP encaminhou um requerimento à Justiça para que quatro locais de exploração de caça-níqueis, todos em Bangu, na zona oeste do Rio, fossem interditados. Os endereços foram alvo da Operação Perigo Selvagem, deflagrada, na manhã de quarta-feira (21), pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPRJ, e pela Polícia Militar, resultando na prisão de 23 pessoas, entre elas policiais militares, e na apreensão de farto material.
Um dos endereços, na rua Fonseca, é o mesmo local onde, em 1994, funcionava a “fortaleza” do contraventor Castor de Andrade. Na época, os promotores encontraram uma “lista do bicho” contendo registros de pagamento de propina.
Fernando Iggnacio foi condenado em 2009 a 18 anos, por formação de quadrilha armada, corrupção ativa e contrabando. Ele responde em liberdade após recorrer da sentença.
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