Governo federal atua para impedir intervenção no Maranhão, diz deputado
O deputado federal e ex-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Sistema Prisional, Domingos Dutra (SDD-MA), criticou o governo federal pela falta de ações no Maranhão e afirmou que as ações anunciadas para o sistema prisional existem apenas para evitar a intervenção na segurança pública do Estado.
“Essas medidas têm o objetivo de evitar a intervenção, porque em fevereiro 2012 [o ministro da Justiça] esteve aqui após uma tragédia igual a esta, e ele e a governadora Roseana Sarney [PMDB] anunciaram uma série de medidas que não foram colocadas em prática. Nós queremos que isso ocorra”, disse o deputado, que faz oposição à família Sarney no Estado, e que acompanha visita da Comissão de Direitos Humanos do Senado a São Luís. Dutra era filiado ao PT, mas desentendeu-se com o partido e chegou a apoiar a criação da Rede, da ex-senadora Marina Silva. Como o registro do partido não foi aprovado, ele filiou-se ao Solidariedade.
A Procuradoria Geral da República analisa um pedido de entidades para solicitar ou não, ao STF (Supremo Tribunal Federal), um pedido de intervenção federal.
Na quinta-feira passada (9), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a governadora anunciaram um plano emergencial com 11 medidas para tentar minimizar os problemas do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e reduzir a sensação de insegurança nas ruas de São Luís.
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As medidas, porém, não foram bem recebidas pelo deputado. “Não há previsão, dentro das 11 medidas, para contratação de agente penitenciário, de defensor público, não tem uma linha sobre a socialização, não tem nada da desprivatização dos presídios”, criticou.
Para Dutra, a crise só aconteceu porque o governo foi omisso nas ações que poderiam evitar problemas. “Tem as recomendações da CPI, do CNJ, do CNMP; teve o dinheiro que veio pra cá e voltou. Por isso a intervenção é necessária, porque o governo perdeu o controle, e não tem mais como intervir nesse processo”.
O deputado ainda alegou que que não faltam leis no país para resolver o problema carcerário. “O problema é a falta de vontade do governante. Nós aprovamos leis que garantem a remissão [diminuição] da pena pelo trabalho ou pelo estudo, mas os presos não estudam nem trabalham. Aprovamos o monitoramento, não é aplicado. Portanto não é um problema legal."
"O aparato judicial brasileiro é mais do que suficiente para evitar a tragédia. Na hora que tiver muita gente granfina rica, talvez melhore. Enquanto tiver tiver só gente pobre, só vão se lembrar dos presídios quando houve uma tragédia como essa”, complementou.
O Maranhão enfrenta uma crise de segurança pública desde o final do ano passado. Após a Polícia Militar intervir no Complexo de Pedrinhas, presos ordenaram ataques a ônibus nas ruas de São Luís.
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