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Metroviários de SP aprovam greve com início a uma semana da Copa

Do UOL, em São Paulo

27/05/2014 19h40Atualizada em 27/05/2014 21h40

Em assembleia realizada na noite desta terça-feira (27), os metroviários de São Paulo rejeitaram nova proposta de reajuste salarial, de 7,8%, feita hoje pelo Metrô-SP, e aprovaram greve para a próxima quinta-feira (5), a uma semana do início da Copa do Mundo.

Antes, no dia 4, a categoria fará outra assembleia para confirmar ou não a paralisação a partir do dia seguinte. Até lá, os metroviários esperam que o Metrô apresente uma nova proposta. Os metroviários pedem um reajuste salarial de 35,47%, mesmo percentual de aumento que uma comissão do Senado aprovou para os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada. A direção do sindicato, no entanto, admite que um percentual superior a "dois dígitos" será suficiente.

O Metrô entregou a proposta de 7,8% ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que intermedeia as negociações com o Sindicato dos Metroviários. O percentual vale para o salário e demais benefícios dos metroviários, como vale-refeição, vale-alimentação e auxílio-creche.

Ontem, em audiência de conciliação no TRT, o Metrô havia oferecido 5,2%, percentual próximo ao da inflação do último ano, mas o reajuste foi rejeitado pelo sindicato. Na reunião, o TRT sugeriu reajuste de 9,5% para todos os trabalhadores.

Em nota divulgada antes do início da assembleia, o Metrô afirmou que está "à disposição para continuar negociando com a categoria de forma a chegar a um acordo satisfatório para todas as partes". "O Metrô confia no cumprimento da recomendação do TRT para que as entidades representativas da categoria não deliberem sobre greve enquanto perdurarem as negociações", diz o texto.

Liberação de catracas

A assembleia está sendo realizada na sede do sindicato, que fica no Tatuapé, zona leste da capital. Os presentes votaram três propostas para o início da greve: amanhã, no dia 3 ou no dia 5. A proposta vencida foi aprovada pela ampla maioria dos presentes, segundo a assessoria do sindicato. A categoria discute outras ações, como a liberação das catracas aos usuários e a realização de atos de rua.

Os metroviários pedem ainda aumento no valor do vale-refeição e vale-alimentação, além de melhorias no plano de carreira e plano de saúde para aposentados, entre outros benefícios. Na manhã de quarta-feira haverá outra rodada de negociação no TRT. 

Cerca de 4,5 milhões de pessoas usam diariamente o Metrô, que é o principal meio de transporte para o Itaquerão, estádio que abrirá o Mundial no dia 12. O Metrô tem quase 10 mil funcionários, dois terços deles envolvidos diretamente na operação.

Ameaça de greve para pressionar

Nos últimos anos, a praxe do Sindicato dos Metroviários tem sido aprovar greves com antecedência para forçar o Metrô a subir as propostas. Nos anos de 2010, 2011 e 2013, a categoria chegou a anunciar a paralisação, mas desistiu diante de propostas melhores.

A exceção ocorreu em 2012, quando os metroviários paralisaram por algumas horas, no período da manhã, o que revoltou o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Naquele ano, a categoria fechou acordo de reajuste de 6,17% e encerrou a greve. 

Desde 2011, o Sindicato dos Metroviários é comandando por dirigentes ligados ao PSTU e ao PSOL. O grupo que está no poder do sindicato derrotou uma chapa ligada ao PCdoB, que estava há anos na direção da entidade.