Rodoviários decidem parar a partir da 0h na região metropolitana do Rio
Os motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro decidiram fazer nova paralisação na cidade, a partir da 0h de quarta-feira (28). A paralisação, com duração de 24 horas, atingirá também os municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Niterói, afirmou um dos líderes do movimento, Hélio Teodoro. A decisão foi tomada em assembléia realizada na noite desta terça (27), quando cerca de 150 rodoviários se reuniram na Candelária para votar sobre o movimento.
Os rodoviários decidiram parar pela terceira vez em menos de um mês após audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na qual não entraram em acordo com as empresas de ônibus. Eles reivindicam aumento salarial de 40% (e não os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus), o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica –de R$ 150 para R$ 400.
Em comunicado ainda antes da decisão, o Sintraturb Rio (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro) se posicionou contra o movimento, que ocorre à revelia dos líderes sindicais. De acordo com o documento, a movimentação “mostra somente o desespero e a falta de sensibilidade dos dissidentes que tiveram sua proposta de 40% de reajuste rejeitada”.
“Em nenhum momento o Sintraturb foi procurado pelos líderes do movimento para encaminhar a reabertura da negociação junto aos empresários do setor, nem com a inclusão de novas propostas”, afirmou o vice-presidente do sindicato, Sebastião José.
Nas últimas paralisações de rodoviários no Rio, além de transtornos para os passageiros, que ficaram sem ter como se deslocar principalmente da zona oeste para o centro da cidade, e centenas de ônibus foram depredados.
Outras categorias em greve
Cerca de 1.500 funcionários da Vigilância Sanitária estadual e servidores do núcleo central estadual estão em greve e realizaram, nesta terça-feira, um ato público seguido de assembleia no Centro do Rio.
Na quarta (28), eles devem se encontrar com o secretário estadual de Saúde, Marcos Esner Musafir, para nova rodada de negociações. Os grevistas lutam por reajuste salarial, incorporação de gratificações, plano de carreira e melhores condições de trabalho. Eles estão em greve desde o dia 20 de maio.
Os professores da rede municipal estão paralisados desde o dia 12 de maio – junto com os professores estaduais. O Tribunal de Justiça do Rio considerou a greve dos professores da rede estadual ilegal nesta terça. Procurado pela reportagem, o Sepe ainda não comentou a decisão.
Entre as demandas, os professores pedem aumento salarial de 20% para todos os servidores das redes municipal e estadual e a discussão de um plano de carreira unificado.
No setor de cultura, servidores estão em greve desde o dia 12 de maio. Eles reivindicam maior participação nas políticas públicas de cultura e uma reunião com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para acertar questões salarias. No Estado do Rio, das 18 unidades da cultura, apenas o Paço Imperial permanece funcionando.
Os vigilantes bancários, paralisados há mais de um mês, participam da primeira audiência de conciliação no Tribunal Regional de Trabalho na quarta. Os vigilantes reivindicam um reajuste salarial de 10%, reposição inflacionária do período, 30% do risco de vida, aumento do auxílio-alimentação de R$ 8,50 para R$ 16,5 e assistência médica.
O piso salarial da categoria é R$ 864. Diversas agências bancárias no Rio estão com atendimento restrito ou mesmo fechadas, realizando apenas transações em caixas eletrônicos.
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