Testemunha afirma que policial e ex-PM participaram da morte de Marielle, diz jornal
Uma testemunha-chave do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes afirmou em depoimento à Polícia Civil que no carro dos assassinos havia um policial militar do 16º batalhão (Olaria), um ex-PM da Maré e outros dois homens. As informações foram publicadas nesta quinta-feira (10) pelo jornal "O Globo".
Siciliano nega todas as acusações. Em carta, Orlando Curicica, que é apontado como miliciano e está preso, também negou envolvimento no crime.
O jornal não revelou a identidade da testemunha, disse apenas que ela trabalhava para a milícia de Orlando Curicica e que resolveu delatar em troca de proteção.
Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio reiterou que o caso continua em sigilo. A Polícia Civil não comentou se o vereador e o ex-PM são considerados suspeitos pelo crime. A Secretaria de Segurança do Rio também não confirmou a denúncia da testemunha.
Segundo a reportagem desta quinta-feira, o policial militar mencionado pela testemunha-chave ainda está lotado no batalhão de Olaria, unidade vizinha ao Complexo do Alemão. Ele já foi submetido a uma sindicância disciplinar, mas o processo acabou arquivado.
Já o ex-PM atualmente seria integrante de uma milícia que age na região de Ramos. Os nomes dos dois suspeitos não foram revelados para não atrapalhar as investigações, segundo o jornal.
Os assassinos estariam no Chevrolet Cobalt prata, que seguiu o carro da vereadora, da Lapa até o bairro Estácio, no centro do Rio, no dia 14 de março deste ano, data do crime. Segundo as investigações, ao todo, dois carros foram usados pelos criminosos.
Sempre de acordo com "O Globo", os quatro identificados pela testemunha-chave estão sendo investigados pela Polícia Civil, através da DH (Delegacia de Homicídios). Além dos dois PMs, os outros dois homens que estariam no carro seriam ligados a Orlando de Curicica.
Em 2015, segundo a denúncia do MP (Ministério Público), o mesmo grupo matou, com tiros na cabeça --característica semelhante aos homicídios de Marielle e Anderson--, um homem que alugou um terreno na área de influência de Orlando Curicica, para instalação de um circo, sem autorização prévia do miliciano.
O delator que ligou a morte de Marielle a Siciliano e a Orlando Curicica também disse que o miliciano estava usando o celular de um outro preso, Charle Dickson Ferreira da Silva, para continuar no comando de seus negócios de dentro da prisão.
Por esse telefone, segundo ele, Orlando Curicica teria dado ordem para executar a vereadora de dentro do Complexo de Gericinó.
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