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Wassef pagou hotel para Queiroz em Atibaia em 2018, diz testemunha a TV

17.jun.2020 - Frederick Wassef durante posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria - Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
17.jun.2020 - Frederick Wassef durante posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria Imagem: Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

25/06/2020 21h58Atualizada em 25/06/2020 22h22

Uma testemunha ouvida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, disse que o advogado Frederick Wassef pagou a estadia de Fabrício Queiroz em um hotel no centro de Atibaia, no interior de São Paulo, em dezembro de 2018. Segundo Patrick Silva, recepcionista do hotel, Wassef reservou pessoalmente o quarto e pagou pela hospedagem em dinheiro.

"Ele [Wassef] me falou: 'Hoje não sou eu que vou ficar. É esse amigo meu [Queiroz]', lembra o funcionário, acrescentando que o advogado costumava pagar suas estadias no hotel em dinheiro.

O nome completo do hóspede — Fabrício José Carlos de Queiroz — ficou registrado como titular da reserva. Ele chegou em 26 de dezembro de 2018, uma quarta-feira, à 1h26. Sua estadia durou poucas horas: Queiroz foi embora por volta de 12h30, de acordo com a reportagem.

Outras duas testemunhas que trabalham no hotel corroboraram a versão de Patrick. Cláudia Oliveira, responsável pelo check-out, confirmou que Wassef esteve com Queiroz naquele dia.

"Walk-in é quando uma pessoa não tem reserva, chega no hotel e quer se hospedar. Então, normalmente é solicitado o documento para pegar os dados. Como eu trabalhava no turno da manhã, fui verificar [os dados] para poder fazer o check-out. E realmente ele [Queiroz] esteve lá e... quem estava junto na hora do check-out era o Wassef", relatou.

Assim como Cláudia, Silvana, outra recepcionista, também disse ter visto Queiroz no check-out. "Na noite do dia 25 [de dezembro], eu me recordo que não trabalhei. Mas no dia 26, quando cheguei no hotel, ele [Queiroz] já estava hospedado", confirmou à reportagem do JN.

Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Queiroz foi encontrado e preso na semana passada. Ele é suspeito de operar um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entre 2007 e 2018, quando Flávio era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Advogada diz ter convivido com Queiroz em Atibaia

A advogada Ana Flávia Rigamonti, que trabalhou no escritório de Frederick Wassef em Atibaia, revelou ao Jornal Nacional que conviveu com Queiroz e sua mulher, Márcia de Oliveira Aguiar, que está foragida.

Ana Flávia disse ter criado um "vínculo de amizade" com o casal e chegou a emprestar seu carro para Queiroz usar na cidade. A reportagem foi ao ar na edição de ontem do telejornal.

"Acabei conhecendo o Queiroz ali [no escritório de Atibaia] e a gente, querendo ou não, criou um vínculo de amizade, né? Porque às vezes eu estava na casa, às vezes eu não estava. Então eu acabei conhecendo ele e a esposa dele", contou. "Para onde ele ia, eu não ficava perguntando... Mas acho que emprestei meu carro umas três, quatro vezes, pelo menos."

'Questão humanitária'

Em recente declaração veiculada pelo SBT Brasil, Frederick Wassef alegou "questões humanitárias" para hospedar Fabrício Queiroz em sua casa em Atibaia. No dia anterior, o advogado anunciou ter deixado a defesa de Flávio Bolsonaro.

"O que eu tenho para dizer é o seguinte: jamais escondi Fabrício Queiroz. Ele estar lá [no imóvel de Atibaia] não é nenhum crime, nenhum ilícito, não é obstrução de justiça. Não há nenhuma irregularidade", disse Wassef. "[Foi] também uma questão humanitária. Porque [é] uma pessoa que está abandonada, uma pessoa sem recursos financeiros, com problemas de saúde."