Fornecedor do CV, criminoso mais procurado do Paraguai é preso em MT
A PF (Polícia Federal) prendeu ontem, em Sinop (MT), o narcotraficante Jorge Teófilo Samudio González, o Samura, 49. Apontado como fornecedor de drogas para o CV (Comando Vermelho) na cidade paraguaia de Capitán Bado, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, ele era tido como o principal criminoso foragido do Paraguai.
De acordo com agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai), Samura, condenado em seu país por tráfico de drogas e associação criminosa, é o responsável por administrar a logística da droga fornecida por traficantes paraguaios à facção fluminense.
Risco de tentativa de resgate
Policiais federais e agentes da Senad entrevistados afirmam que não podem revelar o exato local da detenção de Samura, em Sinop, por temer que haja uma tentativa de resgate do criminoso durante o processo de extradição dele para seu país natal.
O temor existe porque foi dessa maneira que ele conseguiu fugir dois anos atrás.
Em 11 de setembro de 2019, Samura, que estava detido no Paraguai desde outubro de 2018, foi resgatado por criminosos voltava para a cadeia depois de uma ida a um fórum, para um procedimento comum.
Seus comparsas fecharam o carro em que ele estava, usaram armas e explosivos, chegando a matar um policial, e conseguiram resgatá-lo.
Cidade estratégica para o tráfico
A cidade de Capitán Bado é dominada pelo CV desde o final dos anos de 1990, quando o traficante Fernandinho Beira-Mar lá esteve.
A cidade faz parte da chamada linha internacional, uma fronteira terrestre sem fiscalização que divide o Paraguai do Brasil e que costuma ser utilizada por traficantes de drogas e de armas.
Mais ao norte de Capitán Bado está a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que, por sua vez, tem domínio do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Toda aquela região é importante para traficantes brasileiros. É por meio de lá que chegam ao Brasil, de acordo com policiais federais e agentes da Senad, boa parte a maconha produzida no Paraguai e da cocaína produzida na Bolívia.
A cocaína, após passar por aquela fronteira, chega aos portos do país e, depois, é enviada para outros continentes dentro de navios de carga.
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