'Disse se cuida, mas ela não voltou mais', diz irmã de esteticista morta
O mototaxista Davis Araújo, 32, que matou a ex-namorada, Jéssica Carla Nascimento, 30, e enterrou o corpo dela em uma região de mata a 30 Km de casa, já havia agredido a mãe dos filhos dele e também uma ex-namorada de Jéssica.
De acordo com a irmã da vítima, Graziella Carla do Nascimento, 25, Davis agrediu a ex-mulher violentamente na frente dela e de Jéssica.
"Ele bateu na ex-mulher dele como se tivesse batendo num homem. Ela foi lá na casa dele gritando, dizendo que o Davis estava com ela e com a Jéssica ao mesmo tempo. Aí, ele começou a agredi-la, arrastou o rosto dela em um muro, deu socos e chutes. A gente alertou a Jéssica: 'se ele fez isso com ela com quem ficou nove anos, vai fazer com você também', mas ela não acreditava."
Para Graziella, o crime foi premeditado. Dois dias antes da morte da manicure, Davis flagrou a ex-namorada beijando outra mulher em uma festa onde ficou por sete horas vigiando a vítima. O evento ocorreu no sábado, dia 24 de abril. No domingo (25), Davis já havia chamado Jéssica para conversar, mas ela recusou o convite.
Na segunda-feira, dia 26 de abril, por volta de 12h, Jéssica saiu de casa dizendo que iria comprar algo e não retornou mais. Ela foi morta neste mesmo dia na casa de Davis, no bairro de Paciência, na zona oeste. Jéssica sofreu um corte no pescoço. Davis retirou ela do imóvel enrolada em sacos de lixo pretos. O corpo foi enterrado em uma região de mata, na cidade de Itaguaí, na Baixada Fluminense.
"Eu disse para ela antes de sair de casa: ' Se cuida', mas ela não voltou mais. Minha irmã nunca foi de sair e não dizer onde estava. Ela chegou a mandar a localização dela para uma amiga. Ela estava na casa dele [do ex namorado] e depois de fazer tudo isso, ele agiu como se nada tivesse acontecido. Agora, veio dizer para a polícia que estava sendo iludido pela minha irmã".
A mãe de Jéssica e Graziella é deficiente visual e sofre de depressão. A família optou por não contar a ela sobre a morte de uma das cinco filhas.
Ex-namorada de Jéssica também foi agredida
Graziella descreveu Davis como uma pessoa violenta. Além de agredir a ex-mulher, o mototaxista já havia batido em uma ex-namorada de Jéssica. Durante uma discussão, ele deu dois tapas na cara da mulher.
"Ele chegou a pular o muro da minha casa e entrar para tirar satisfações com a minha irmã que estava aqui conversando com a Sandy [ex-namorada]. Eles discutiram e o Davis deu dois tapas no rosto da Sandy".
Para a Graziella, o relacionamento de Jéssica e Davis, que durou quase três anos, foi marcado por discussões, agressões e intimidações. Ela disse que espera que o ex-namorado da irmã "mofa na cadeia".
Prisão
Davis foi preso na última segunda-feira (10), após confessar o crime e indicar onde havia enterrado o corpo de Jéssica. A manicure foi morta com uma facada no pescoço. O corpo dela foi retirado de casa envolvido em sacos de lixo pretos e amarrado com fitas. Ele enterrou Jéssica em uma região de mata, na cidade de Itaguaí, na Baixada Fluminense - a 30 km do local onde morava. O reconhecimento do corpo ocorreu através de exames de arcada dentária.
De acordo com a Polícia Civil, ele chegou a usar o carro emprestado de um amigo que não tinha ciência do crime. No primeiro depoimento, Davis negou relação com o desaparecimento de Jéssica e chegou a cair em contradição.
Após a polícia isolar a casa dele para perícia, o mototaxista queimou parte do imóvel. Mesmo assim, a perícia conseguiu achar manchas de sangue no local. Jéssica foi morta na cama dele.
Davis está preso temporariamente e vai ser indiciado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e crime de incêndio.
Ele foi preso em um hotel no Centro do Rio de Janeiro, onde estava escondido, após sofrer ameaças de milicianos que atuam na região.
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