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Mulher mantida em cárcere é resgatada graças a bilhete por baixo da porta

Mulher foi resgatada pela PM do Distrito Federal depois de conseguir ligar para 190 e passar um bilhete por baixo da porta - Reprodução/Polícia Militar do Distrito Federal
Mulher foi resgatada pela PM do Distrito Federal depois de conseguir ligar para 190 e passar um bilhete por baixo da porta Imagem: Reprodução/Polícia Militar do Distrito Federal

Nathalia Zôrzo

Colaboração para o UOL, em Brasília

30/06/2021 21h20Atualizada em 01/07/2021 08h14

Uma mulher de 30 anos que estava sendo mantida em cárcere privado pelo companheiro foi resgatada pela Polícia Militar do Distrito Federal depois de conseguir ligar para o 190 e passar um bilhete para os agentes por baixo da porta.

O caso ocorreu na noite de ontem, na Asa Norte, no centro da capital federal. Os militares chegaram ao apartamento às 22h30 e tocaram a campainha. Ninguém atendeu, mas, minutos depois, a vítima enviou a mensagem por baixo da porta. A mensagem dizia que ela estava trancada, que havia armas no apartamento e que ela já tinha sido agredida naquele dia.

O bilhete afirmava também que o homem que a aprisionava tinha problemas psiquiátricos. Diante da situação, a PM acionou uma equipe de negociação e desencadeou a chamada Operação Gerente.

Depois de várias tentativas de contato, o homem, de 62 anos, abriu a porta, mas insistiu que estava tudo bem e não queria que os policiais falassem com a mulher, alegando que ela estava deitada.

A PM então forçou a entrada no apartamento e prendeu o suspeito. A vítima, que estava escondida embaixo de cobertores no sofá da sala, apareceu e indicou onde o agressor mantinha armas que usava para ameaçá-la.

Segundo o subtenente da Polícia Militar Marcos Henrique Melo, que participou do resgate, a vítima morava com o agressor há um ano e contou que ficava presa o dia inteiro, sem poder falar com ninguém. "Ela tentava sair do apartamento e ele não deixava, tentava conversar com as amigas e parentes e ele não deixava".

"Ela pedia o telefone dele também e ele não deixava. Aí ela pedia para sair e ele já entrava com as ameaças: que ia 'dar jeito nela', que ia sumir com ela, que não ia autorizar ela a sair de casa", conta o policial.

As armas apreendidas no local indicado pela vítima eram réplicas de armas de fogo e airsoft. Os dois foram levados à delegacia para prestar depoimento e a mulher registrou ocorrência por cárcere privado e Lei Maria da Penha. A Polícia Civil não informou se o homem permaneceu preso.

Não tolere violência, saiba procurar ajuda

O Ligue 190 é o número de emergência indicado para quem estiver presenciando uma situação de agressão. A Polícia Militar poderá agir imediatamente e levar o agressor a uma delegacia.

Também é possível pedir ajuda e se informar pelo número 180, do governo federal, criado para mulheres que estão passando por situações de violência. A Central de Atendimento à Mulher funciona em todo o país e também no exterior, 24 horas por dia.

A ligação é gratuita. O Ligue 180 recebe denúncias, dá orientação de especialistas e encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico.

Também é possível acionar esse serviço pelo Whatsapp. Nesse caso, acesse o (61) 99656-5008.