Perícia no Amapá lida com necropsia ao ar livre e corpos no chão, diz CRM
Falta de refrigeração, paredes com infiltrações, fiação exposta, falta de equipamentos e cadáveres em decomposição no chão. Esses foram alguns dos problemas apontados pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) do Amapá em uma vistoria no prédio da Politec (Polícia Técnico Científica), em Macapá, na última sexta-feira.
A equipe constatou que a sala de necropsia está "praticamente inoperante". O órgão apontou falta de sistema de exaustão (espécie de exaustor de ar fresco para a área da mesa de autópsia). Com isso, duas mesas para realização de necropsias foram colocadas na área externa, com mais ventilação. Quando há mais de dois cadáveres, os médicos legistas são obrigados a usar a sala mesmo sem o sistema.
"A sala improvisada de necropsia, apesar de ficar na área externa, localiza-se próxima da câmara fria, que, no momento da fiscalização, estava desligada e com forte odor. No ambiente, dois corpos em decomposição estavam no chão", constatou o órgão na fiscalização.
Também foram identificados outros problemas neste setor, como: falta de máscaras de proteção com purificador de ar não motorizado e filtros substituíveis, entre outros. Procurada pelo UOL, a Politec ainda não se manifestou.
Além disso, a equipe de fiscalização apontou que o consultório de Medicina Legal e Perícias Médicas (IML) é compartilhado por crianças, mulheres e adolescentes vítimas de abuso ou exploração sexual. "Percebe-se que o ambiente não é humanizado para receber as vítimas já tão fragilizadas", avalia a equipe.
No local, também foram encontrados extintores de incêndios com data de validade vencida em 2015.
Agora, o CRM-AP vai encaminhar um relatório com todas as irregularidades para a Politec, o CFM (Conselho Federal de Medicina) e Ministérios Públicos Estadual e Federal.
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