Marginal Tietê: Ainda não se sabe o que provocou cratera, diz perito
O governo de São Paulo, a concessionária espanhola Acciona, a Polícia Científica e o Ministério Público informaram hoje que apuram as causas do alagamento nas obras da linha 6-Laranja do metrô paulista. Uma cratera abriu por volta das 9h desta terça-feira (1º). Ninguém ficou ferido.
O asfalto continua desmoronando. Durante a manhã, uma faixa da pista local havia sido atingida. No início da noite, o buraco já ocupada três faixas. O trânsito nas vias central e local está interditado, mas a pista expressa está liberada para veículos desde as 11h.
Segundo a equipe de João Doria (PSDB), houve o rompimento de uma adutora de esgoto no local, mas a polícia ainda não confirma.
"Não tenho essa informação. Dependo ainda de informações da Sabesp, para dizer quais são as adutoras aqui presentes e seus ramais. Depois disso poderemos dizer. Por enquanto, não sabemos", disse ao UOL o perito criminal responsável pelas investigações, Luiz Ricardo Lopes.
Ele destacou que ainda é muito cedo para ter qualquer conclusão sobre o ocorrido. E afirma que não se pode descartar falha humana, mas também não se pode deixar de lado a interferência da escavadora tatuzão —como disse o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli, mais cedo.
De acordo com ele, a investigação ainda levará "muito tempo" para ser concluída. "Hoje não é o momento de falar sobre a causa", declarou. "Tem que esvaziar essa locação de forma correta para evitar novos deslizamentos e, aí sim, fazer a avaliação dia a dia junto aos órgãos competentes."
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) instaurou inquérito civil, por meio da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital, para investigar as causas do desmoronamento e os danos urbanísticos e ambientais decorrentes do acidente.
Esgoto deve ser retirado do local, segundo secretaria
Logo após o rompimento da adutora, houve vazamento de esgoto em um poço da obra. Quatro trabalhadores foram socorridos para avaliação após contato com a água, mas ninguém ficou ferido.
Para tentar resolver a situação do trânsito, o primeiro passo, segundo a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, é retirar todo o esgoto que invadiu a obra e construir uma estrutura de contenção para que os trabalhadores possam retomar os trabalhos e as pistas sejam liberadas com segurança.
O governador João Doria solicitou um plano de normalização do tráfego da Marginal à prefeitura e à concessionária responsável pela obra.
Doria determinou apuração imediata do ocorrido. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirmou que criou um comitê para investigar o ocorrido e que "fará estudos com soluções técnicas para a realização de obras de drenagem e recuperação para a retomada das obras do Metrô", além do "conserto da tubulação e da Marginal Tietê".
"A tubulação, chamada Interceptor de Esgotos (ITI-7), é responsável por encaminhar o esgoto coletado para tratamento na ETE Barueri. Técnicos da Companhia trabalham no momento para desviar o esgoto para outros interceptores", diz trecho da nota encaminhada pela pasta.
Mais cedo, funcionários disseram que ouviram um "estrondo" na parte mais baixa da escavação, quando supostamente a água rompeu a estrutura. Quem estava no local começou a correr. Segundo os relatos, não havia mais ninguém na área quando houve o desabamento da pista.
A linha 6-Laranja faz parte de uma Parceria Público Privada entre o governo do estado e a concessionária espanhola Acciona e deve ter 15 km, ligando a Vila Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim.
Equipes da Linha Uni, que irá operar a linha e é propriedade da Acciona, estão no local para apurar os fatos, segundo nota da concessionária enviada ao UOL. "Todas as medidas de contingência já foram tomadas", diz o texto.
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