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Calor piora, mas por pouco tempo: o que esperar do resto do verão 2022

São Paulo deve ter máximas de 30ºC ao longo do resto do verão -  Cris Faga/NurPhoto via Getty Images
São Paulo deve ter máximas de 30ºC ao longo do resto do verão Imagem: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Lorena Barros

Do UOL, em São Paulo

05/03/2022 04h00Atualizada em 05/03/2022 11h37

O calor acima da média registrado em boa parte do país ao longo de fevereiro deve continuar nas próximas duas semanas, mas, de acordo com especialistas, isso não significa que o verão vai se estender em 2022.

A estação acaba no próximo dia 19 e a previsão meteorológica é de que, com o fim dela e com a chegada do mês de abril, os tempos amenos se aproximem.

"Não tivemos uma primavera das mais quentes em 2021 e o verão só veio esquentar mesmo agora, em meados de janeiro. Se a gente for olhar na maior parte do Brasil, não só no verão, mas desde o início da primavera, o que mais chamou atenção foi o frio fora de época", explica o meteorologista Celso Oliveira, da Climatempo.

Ele conta que o fenômeno La Niña, responsável por resfriar a água do Pacífico, é um dos responsáveis pela manutenção da temperatura baixa e deve fazer com que o verão não se estenda, "mudando" o tempo já no meio de março em boa parte do país.

"Agora está fazendo muito calor, mas diria que não dá para esperar que esse calor dure muito. O provável é que no fim do verão isso acabe", analisa.

Onda isolada de calor no Sul vai passar e não deve se espalhar

Pela análise do especialista da Climatempo, a onda de calor que atingiu o Sul do país, e fez com que no último dia de fevereiro a cidade de Uruguaiana (RS) batesse 42,9?°C (quebrando um recorde histórico), não deve durar por muito tempo.

De acordo com as previsões meteorológicas, essas altas temperaturas ainda podem ser sentidas nas próximas semanas, principalmente entre as regiões Sul e Sudeste — mas não há expectativa de novos recordes históricos de calor.

Em São Paulo, por exemplo, se chegarmos aos 34?°C teríamos a maior temperatura do verão. Nesse aspecto, acho que ainda é possível que tenhamos a maior temperatura do ano em alguns recortes nos próximos 10 dias, pelo menos nas capitais, mas não as maiores temperaturas da história.
Celso Oliveira, meteorologista da Climatempo

Segundo o MetSul, as temperaturas da capital paulista devem permanecer altas, com máximas iguais ou superiores a 31 °C até o dia 11, registrando mínimas em torno de 20 °C e com chuvas fracas e isoladas.

No sábado (12) e domingo (13) a previsão é de chuva em grande parte da cidade, com até 30,4 milímetros de precipitação, mas as temperaturas não devem sofrer grandes mudanças até o fim do verão, com a menor máxima desse período de fim de verão, de 27 °C, prevista para o dia 14.

Norte, costa do Sudeste, parte do Sul e Norte podem ter alto volume de chuvas

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), até a próxima quarta-feira (9) o Amazonas, Acre e Roraima devem ser os pontos com maior concentração de chuvas em todo o país, com até 200 mm previstos — o que é considerado regular para esta época do ano.

"Os mapas apontam para baixos volumes de chuva na parte mais inferior do Nordeste, na região norte de Minas, Mato Grosso do Sul, São Paulo, principalmente nessa primeira quinzena de março. Nas regiões Norte e no Sul, porém, as chuvas são mais consideráveis [neste período]", explica a meteorologista do Inmet Daniele Barros.

Nas análises do Climatempo, a chuva para o período entre 13 e 20 de março também deve ser acima da média para parte da região Sul, que tem a pior condição de reservatórios entre todas as regiões do Brasil, com 27,56% da capacidade armazenada.

Oliveira conta que a chuva prevista para o resto do verão na área não deve ser suficiente para mudar a situação dos reservatórios locais.

"Essa chuva [que deve cair] vai manter os reservatórios do resto do Brasil em um nível razoável para que enfrentemos o inverno. A única exceção é a da região Sul, que está realmente ruim. A chuva que cai não deve ser suficiente para mudar a situação dos reservatórios na região", analisa Celso Oliveira.

Ele também aponta que nenhum evento meteorológico extremo, como o que atingiu a cidade de Petrópolis (RJ) no meio de fevereiro e causou destruição deixando mais de 230 mortos, está previsto para o resto do verão.

Os dois especialistas afirmaram, porém, que todas as situações previstas para o fim de março estão dentro da normalidade para o fim do verão e o começo do outono.