PM afasta policial que aparece em vídeo com fala racista em Goiás
A PM de Goiás confirmou hoje à tarde o afastamento das ruas do policial militar que aparece em vídeo com conteúdo racista no domingo (2), data do primeiro turno das eleições. As imagens mostram um jovem negro sendo algemado e, em seguida, repreendido: "Vai gritar Lula lá na África agora". O caso foi em Novo Gama, interior goiano. Não é possível identificar se o policial é o autor da fala.
A corporação, que confirmou data e local do episódio, disse ter determinado abertura de um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do episódio "assim que tomou conhecimento do fato." O policial militar ficará afastado das suas atividades operacionais até a conclusão das investigações.
"A Polícia Militar de Goiás reitera que não compactua com nenhum tipo de conduta contrária aos preceitos das leis", esclareceu a corporação, em nota enviada ao UOL Notícias.
O Ministério Público de Goiás enviou hoje documentação à PM e à Guarda Municipal de Novo Gama para solicitar esclarecimentos sobre o episódio.
A OAB-GO (Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás) encaminhou hoje ofício à Polícia Militar solicitando apuração do caso. A entidade goiana quer saber se a frase foi dita pelo policial militar responsável pela prisão, em ação acompanhada por dois guardas municipais, que aparecem armados no vídeo.
As imagens viralizaram na internet após serem publicadas no perfil do Twitter do jornalista André Caramante.
O que mostra o vídeo? As imagens mostram o momento da abordagem ao jovem negro, sem camisa, de pés descalços e calça jeans. "Foi preso o moleque", comenta a pessoa responsável pela gravação. Após algemar o jovem negro, o policial o imobiliza, colocando o braço esquerdo nas suas costas, entre as algemas.
É possível, então, ouvir alguém falando: "Vai gritar Lula lá na África agora".
Em seguida, o responsável pelas imagens relaciona a prisão à disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com base nas imagens, não é possível saber qual foi o motivo da prisão. O jovem também ainda não foi identificado.
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