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'Queria ter ido em seu lugar', diz pai de menina morta em ação da PRF

O pai de Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada e morta em ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal), na Baixada Fluminense, fez uma homenagem para a filha nas redes sociais.

O que aconteceu:

Willian Silva pediu por justiça e lembrou como eram os dias ao lado da menina. "Enquanto você esteve aqui, você nos trouxe paz, união, alegria, amor, realmente um anjo", escreveu.

"Lembro de todos os dias quando você iria pra escola, e nos dava aquele beijinho toda linda dentro daquele uniforme, e voltava cheia de canções novas e as coreografias", disse.

Papai queria poder ter ido em seu lugar, tenha absoluta certeza disso, mas os planos de Deus não são os nossos e quem sou eu para questioná-lo. No hospital, eu acreditei com todas as minhas forças até o último segundo, e mesmo com todos os aparelhos desligados, eu pensei em algum momento ligar tudo de novo por conta própria, só queria sair de lá com você em meus braços e ir embora pra casa.
Willian Silva, pai de Heloísa


O tiro acertou a cabeça e a coluna da criança, que precisou passar por cirurgia, ficou nove dias internada em "estado gravíssimo" no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

A menina morreu por "lesão transfixante de encéfalo por projétil de arma de fogo", segundo apontou o laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre a morte de Heloísa.

A mãe de Heloísa também fez um desabafo e contou que a filha foi forte e "lutou muito" durante os dias internada: "Foi uma despedida tão dolorosa, ver você naquele sofrimento, lutando tanto, sendo tão forte, me encheu de esperança a todo momento", contou.

Minha filha sofreu tanto, sentiu tanta dor. Lembro dos gritos de desespero da minha família e dela em especial.
Alana dos Santos Silva, mãe de Heloísa

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Heloísa morreu na manhã de sábado (16) um hospital de Duque de Caxias. A morte aconteceu após uma parada cardiorrespiratória irreversível, informou a prefeitura. Ela foi enterrada na tarde de domingo (17), em Petrópolis, onde mora a família.

O caso

Heloísa foi baleada dentro do carro da família em Seropédica, na Baixada Fluminense, no último dia 7. Os familiares disseram que os tiros partiram da polícia, que afastou três agentes. No carro, estavam a menina, os pais, a irmã e uma tia.

O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento que disparou contra o carro "depois que ouviu o barulho de tiro", segundo a TV Globo. De acordo com o policial, ele e dois colegas começaram a perseguir o veículo após constatarem que o automóvel era roubado.

O carro abordado durante a ação da PRF era roubado, segundo a ONG. Contudo, a pessoa que teria vendido o veículo compareceu à delegacia do Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos. "O pai e a mãe da menina não sabiam de nada quando compraram o veículo", afirmou o integrante da Rio de Paz.

A PRF afastou três policiais e diz que a Corregedoria apura o caso. Em nota, a corporação afirma que os agentes também passarão por avaliação psicológica e expressa "profundo pesar" pela situação.

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O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, disse que os agentes são proibidos de atirar contra automóveis, mesmo em caso de fuga. Segundo ele, qualquer excesso cometido por parte de agentes não tem apoio do presidente Lula (PT), nem do ministro da Justiça, Flávio Dino, e nem dele.

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