Hamas x Israel: professor deixa debate após discutir com alunos na PUC

O professor Michel Gherman discutiu com alunos no Instituto de Relações Internacionais da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio na terça-feira (10) e abandonou um debate que abordava a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, autor de ataques terroristas no último sábado (7).

O que aconteceu

Procurado pelo UOL, Gherman disse que sofreu "tentativa de silenciamento". O especialista afirmou que percebeu hostilidade por parte de um segmento da audiência desde que chegou e que, por isso, não acredita que agressões estejam ligadas com nada que ele tenha dito.

"Vou embora, vocês ganharam", diz Gherman, em vídeo compartilhado nas redes sociais. "Você me mandou embora cinco minutos atrás", afirma o professor, se dirigindo à plateia de estudantes.

O Hamas é um grupo terrorista e o que aconteceu foi uma ação de terror da pior espécie.
Michael Gherman, professor

O Instituto da PUC-Rio lamentou o ocorrido e citou "agressões". Em nota divulgada nas redes sociais, o IRI (Instituto de Relações Internacionais) assumiu "total responsabilidade pelo evento" e repudiou "as tentativas de impedir qualquer debate acadêmico".

Lamentamos profundamente pela tristeza que as agressões praticadas certamente causaram em muitos presentes.
Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, em nota oficial

Aluna discute com professora da PUC-Rio. Em outro vídeo, é possível ver uma universitária, que afirma ser judia, protestando e dizendo que "95% (dos que estão aqui) não estão se sentindo representados por Michel Gherman".

A professora Monica Herz, que também declara ser judia, interrompeu o comentário da estudante algumas vezes e pediu para ela fazer a pergunta. "Sou judia também, entendo a sua dor, mas essa é uma discussão acadêmica. Ele [Gherman] não está aqui representando ninguém. Ele está aqui como professor, elucidando um tema."

Universidade apagou transmissão ao vivo da confusão. Embora a palestra tenha sido transmitida pelo canal do IRI no YouTube, o vídeo completo do debate não está mais disponível na internet. Dessa forma, não foi possível assistir à apresentação do professor na PUC-Rio.

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O que disse o professor sobre o ocorrido

Ao UOL News, nesta quarta (11), o professor afirmou que teve "perdas pessoais" com o massacre do Hamas. Em entrevista a Fabíola Cidral e Josias de Souza, Gherman disse que também é judeu e reforçou que o ataque do Hamas foi um "mega-atentado terrorista" e um ato de "barbárie e desserviço à causa palestina".

Israel x Hamas: Professor que deixou debate na PUC:

Gherman é professor na UFRJ e em universidade de Israel. O antropólogo é pesquisador do centro de estudos de sionismo e Israel da Universidade Ben Gurion do Negev e do Centro Vital Sasson de Estudos do Antissemitismo da Universidade Hebraica de Jerusalém. Além disso, é coordenador acadêmico do Instituto Brasil-Israel.

Israel x Hamas

No quarto dia de guerra contra o Hamas, Israel prosseguiu com os ataques à Faixa de Gaza, mas a ação não ficou restrita ao território palestino. O Exército israelense afirmou ter sofrido ataques da Síria e do Líbano, que fazem fronteira ao norte, e informou ter bombardeado áreas nos dois países.

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Israel afirmou ter bombardeado mais de 200 alvos na Faixa de Gaza na madrugada de terça (10). Segundo uma estimativa da ONU, o ataque ao território já atingiu 5.300 prédios, deixou quase 200 mil palestinos desabrigados e 610 mil sem água potável.

O número de mortos no confronto pode ter ultrapassado 3.000. Em Israel, o governo cita mais de 1.000 mortos e 2.700 feridos. Já o ministério da saúde da Palestina informa 900 mortos e 4.500 feridos. Além disso, Israel diz ter encontrado 1.500 corpos de soldados do grupo extremista Hamas em território israelense.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Gherman é antropólogo e não sociólogo, como informado a princípio

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