Construtora de prédio evacuado em Praia Grande começa a acomodar moradores
A construtora responsável por um prédio que foi evacuado às pressas em Praia Grande, litoral de São Paulo, começou a providenciar acomodações para os moradores, dois dias após o edifício ser interditado, na terça-feira (13).
O que aconteceu
Moradores vão para hotel. A construtora JR começou a acomodar os moradores em um hotel da região. De acordo com uma nota oficial do condomínio, foram disponibilizados 16 quartos até agora.
Empresa diz que vai reembolsar gastos. A construtora também informou que vai reembolsar os moradores que pagaram acomodações do próprio bolso nos últimos dois dias.
Quem não quiser hotel pode optar por receber R$ 2.600. Um morador informou ao UOL que o condomínio divulgou uma nota interna dizendo que a construtora se comprometeu a pagar auxílio moradia e alimentação pelos próximos 15 dias. A construtora, por sua vez, pontuou que "muitas famílias já foram acomodadas na cidade. Para outras — que possuem animais de estimação —, foi oferecido um auxílio financeiro, mediante reembolso de despesas habitacionais e alimentação".
Casas de parentes e amigos. A maioria das famílias está hospedada em casas de parentes e amigos, de acordo com a prefeitura. O prédio tem 133 apartamentos, 80 com moradores fixos e cerca de 50 para aluguel de veraneio.
Em nota, a prefeitura de Praia Grande afirmou ter ouvido os moradores e acompanhar a situação de moradia deles. "A maioria das famílias residentes está hospedada na casa de parentes. Cada família decidiu organizar sua própria logística para lidar com esse período de interdição total do edifício", diz.
Sem prazo para voltar para casa
Não há previsão de volta dos moradores para o edifício. Segundo a administração do condomínio Giovannina Sarane Galavotti, as causas do incidente ainda estão sendo apuradas.
O foco dos trabalhos no edifício é a continuidade dos estudos sobre o que pode ter gerado o incidente e a elaboração, pela construtora JR, do plano de intervenção e conserto para ser apresentado às autoridades. Somente após a aprovação, os trabalhos terão início e saberemos o tempo previsto de obras.
Condomínio Giovannina Sarane Galavotti, em nota
Condomínio vai contratar engenheiro para acompanhar o laudo técnico. De acordo com a administração, a intenção é ter um acompanhamento independente do plano de intervenção e conserto.
Técnicos da Secretaria Municipal de Urbanismo e da Defesa Civil também vão avaliar a operação. "Estando tudo de acordo, a obra de recuperação poderá ser iniciada, fator determinante para um possível retorno dos moradores ao edifício", disse a prefeitura, em nota.
Recebemos, ainda, a visita de técnicos do CREA-SP, engenheiros da construtora, prefeitura, Defesa Civil, e todos reforçaram que o prédio está estabilizado e não corre risco de queda iminente. Agora, estamos em contato com a construtora para seguir no apoio às famílias com alojamento e outros itens
Marco Ávila, síndico e morador
A evacuação
Finalizado em 2011, o prédio foi evacuado às pressas depois que os moradores sentiram dois tremores e ouviram um barulho semelhante a uma explosão. O edifício tem 23 pavimentos: 19 andares residenciais, subsolo com garagem e o térreo.
A Prefeitura de Praia Grande informou na quarta-feira (14) que não há risco de queda. Três colunas do prédio estariam recebendo uma carga maior do que de fato aguentam, afirmou o Corpo de Bombeiros na terça. Houve um "cisalhamento de três pilares", segundo a corporação — ou seja, uma ruptura por esforços. Três colunas estariam realizando mais esforços do que de fato aguentam.
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Quero receberAs obras emergenciais de reparo continuam, e o edifício é monitorado pelas autoridades. Após observar os danos nos pilares, a Defesa Civil orientou o esvaziamento da caixa d'água e das garagens. Ainda na terça, teve início o escoramento das pilastras com pedaços de madeira.
Praia Grande fica a cerca de 76 km da capital paulista. O prédio está localizado na orla da praia Aviação, um bairro residencial, que também tem hotéis e restaurantes. Na alta temporada, as praias e estabelecimentos comerciais ficam cheios de turistas.
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